Em um mundo em que as tecnologias digitais permeiam atividades como compras on-line, declaração de impostos e acesso a informação, a inclusão digital do idoso é condição para respeito à sua dignidade. Essa inclusão, contudo, não tem sido satisfatória, porque a sociedade ainda enxerga essas pessoas como desprovidas de autonomia e porque há poucos investimentos em dispositivos direcionados para esse público. Em primeiro lugar, o estereótipo da falta de autonomia coloca o idoso como um ator social passivo e dependente dos jovens para acessar as novas tecnologias. Essa suposta dependência é reforçada pela mídia ao criar personagens velhos, apáticos e atrapalhados em filmes e desenhos. Dessa forma, as pessoas da terceira idade são alijadas do mundo tecnológico, dificultando seu acesso a informação, entretenimento e comunicação, o que é afrontoso à sua dignidade. Além disso, raros são os equipamentos tecnológico adaptados para a terceira idade. Embora celulares e computadores permitam adaptações para quem possua algum tipo de deficiência, como cegueira ou surdez, tais aparelhos não possuem customização para quem, além de ter uma curva de aprendizado um pouco mais lenta, está tendo somente agora seu primeiro contato com a tecnologia. Esses obstáculos desmotivam o idoso e fazem-no achar que não pertence ao mundo digital, gerando exclusão. Em face do exposto, propõe-se a criação de um grupo de trabalho, formado por representantes da indústria e por entidades de apoio aos idosos, que mapeie as dificuldades que essa faixa etária enfrenta ao utilizar as novas tecnologias e proponha soluções para os problemas encontrados. Ao fim do trabalho, deve ser elaborada uma cartilha que as empresas de tecnologia sigam ao lançar seus produtos, com o fito de facilitar seu uso pelas pessoas de idade. Além do mais, a sociedade civil organizada deve elaborar uma peça publicitária exortando a população a empoderar os idosos no mundo virtual. Com essas ações, a inclusão digital da terceira idade será efetivamente incrementada.