Enviada em: 27/08/2018

A Revolução Técnico-científico-informacional disseminou as tecnologias, facilitando o acesso delas pela população. Entretanto, essa perspectiva não abarca todos os segmentos sociais, visto que, devido à negligência da sociedade civil e do Estado, a inclusão digital dos idosos mostra-se falha e ineficiente. Nesse sentido, é necessária a promoção de ações sociais, com o fito de amortizar tal problema.         Em primeiro plano, cabe pontuar que a sociedade civil é uma das responsáveis pelo desenvolvimento dessa situação conflituosa. Consoante ao pensamento de Zygmunt Bauman, sociólogo, de que, na Modernidade Líquida, há uma forte prevalência do individualismo e das ações aceleradas, tal problemática acontece, pois a população jovem interpreta o idoso como uma figura lenta, frágil e passiva. Por esse motivo, as pessoas, por relacionarem a internet à rapidez e à praticidade, julgam a terceira idade como incapaz de aprender a utilização de celulares e computadores. Desse modo, a parte populacional mais velha recebe pouco estímulo a apoio familiar quanto ao uso das tecnologias, dificultando os processos de socialização e distração mental.                Outrossim, o Estado dificulta a inserção dos idosos no meio virtual. Prova disso é que, nos Centros de Referência da Assistência Social, há o desenvolvimento de tarefas voltadas para a terceira idade com o uso da música, pintura, dança, negligenciando a utilização das tecnologias em tais atividades. Tal fato é decorrente do baixo investimento financeiro realizado pelos órgãos estatais no desenvolvimento de cursos especializados no ensino do uso de aparelhos tecnológicos pelos idosos. Por conseguinte, estes, em alguns casos, passam a se sentir inferiorizados e excluídos do meio social, porque não conseguem se adequar ao mundo digital.                   Diante dos fatos supracitados, é necessário, portanto, que a mídia, em conjunto com ONGs de apoio à terceira idade, mitigue a visão estereotipada da população jovem em relação aos idosos, por meio da exposição de propagandas e cartilhas educativas nas redes sociais e nos principais canais da televisão aberta, com o intuito de fomentar o ensinamento dos familiares quanto ao uso de celulares e computadores. Ademais, cabe ao Legislativo estimular a inclusão digital dos idosos, por intermédio da criação de cursos e atividades lúdicas que desenvolvam as habilidades dessa parcela social em relação às tecnologias cotidianas, a fim de proporcionar uma maior distração mental.