Enviada em: 30/09/2018

As ferramentas tecnológicas explicitam fator de segregação para os idosos, o que na contemporaneidade, dificulta sua interação social e os impede de conquistar sua autonomia.       A expectativa de vida no mundo ao final da 2ª Guerra Mundial não passava dos 50 anos de idade, em virtude da fraca indústria farmacêutica, medicina precária, baixos investimentos em políticas públicas de saúde, bem como, péssimas condições nutricionais e sanitárias, porém hoje no Brasil a esperança de vida média chega aos 75 anos, o que traz à tona a necessidade da inclusão do idoso nos diversos âmbitos sociais modernos. Indubitavelmente, em um mundo permeado por inovações tecnológicas e de comunicação constantes, a interação dessa população mais experiente com esses aparatos faz-se imprescindível para a garantia de seus direitos.       Nesse contexto de segregação,  Simone de Beauvoir em sua obra "Velhice" questiona o fato de que em sociedades capitalistas cada indivíduo percebe os outros como meio para a realização de seus anseios, assim, a falta de compreensão e valorização de outrem acaba por colocar os idosos em posição de inferioridade, em decorrência das limitações que a idade impõe, o que afeta sua produtividade. Dessa forma, quando permite-se o desprezo por este sujeito em detrimento de não possuir os meios necessários para incluir-se nas transformações que ocorrem, a exclusão acontece, visto que ao negar ao idoso a oportunidade de fazer mudanças, aprender e evoluir a violação de sua integridade emocional, intelectual e emocional impera.       Logo, a inclusão digital da população idosa torna-se vital para a preservação de seu bem-estar, independência e interação com os demais setores da vida. Assim, essa interação deve partir de políticas públicas que fomentem o ensino para o entendimento prático do usos das tecnologias. Ainda, cabe ao Estado o incentivo as empresas produtoras desses equipamentos para o desenvolvimento de aparelhos que atendam as exigências desse público, com significativa isenção de impostos para tornar este  bem mais acessível. Além da obrigatoriedade por lei de que as instituições que criam os aplicativos, softwares e as interfaces desses produtos supram as especificidades que esse considerável nicho de usuários exigem, pois como afirmou Czaja e Lee, " Não ter acesso e ser capaz de usar a tecnologia, cada vez mais colocará os idosos em desvantagens em termos de sua capacidade de viver e funcionar independentemente".