A obra literária "A cidade e as serras" de Eça de Queirós, retrata a modernidade e as invenções tecnológicas em conflito com a simplicidade e o modo de vida antigo. Hodiernamente, no Brasil, esse impasse permanece. Ou seja, muitas pessoas estão excluídas dos processos de inovação tecnológica, sobretudo, os idosos. Nesse viés, a falha na aplicação da Constituição em conjunto com a exclusão familiar e social corrobora para a questão. Logo, esse é um dos principais desafios contemporâneos. A princípio, a Constituição Federal Brasileira garante que todos são iguais em relação a direitos e deveres. Contudo, segundo o IBGE, menos de 20% das pessoas acima de 60 anos tem acesso a internet. Diante disso, nota-se que a lei não é cumprida na prática, pois esse grupo fica marginalizado no processo de acesso à tecnologia. Outrossim, conforme Zigmunt Bauman, na modernidade a falta de empatia do ser humano causa o individualismo, o que dificulta as relações sociais. Dessa forma, a Família acaba não integrando o idoso ao mundo virtual, o deixando excluído. Ademais, a falta de políticas públicas na área de educação digital para a terceira idade é um fator que perpetua a problemática. Portanto, medidas são necessárias para solucionar o impasse. É preciso que o Ministério da Educação implante oficinas e cursos práticos nas Escolas Públicas, em parceria com os professores, para integrar a população mais velha ao mundo digital, combatendo a segregação. Ademais, é necessário que o Governo através da Mídia, divulgue campanhas instruindo a Família sobre a importância da inserção do idoso nas práticas tecnológicas, a fim de garantir sua autonomia e equidade. Assim, obtém-se a perspectiva de obter um país mais justo e igualitário.