Enviada em: 12/06/2019

A partir dos parâmetros deixados pelo sociólogo Émile Durkheim, o conceito de fato social pode ser aplicado à conectividade virtual. Porquanto, usar a internet exprime generalidade, exterioridade e coercitividade, os quais constituem esta concepção de Durkheim. Entretanto, devido à presença da modernidade líquida e de conceitos distorcidos acerca da velhice, a população da terceira idade sofre ao ser excluída deste mundo cibernético, no momento em que não obtêm o domínio das ferramentas digitais.   A princípio, destaca-se a definição de “Modernidade Líquida” proposta pelo filósofo polonês Zygmunt Bauman. Segundo tal pensador, vive-se numa “era líquida”, em que as relações, tecnologias e estruturas sócias são rapidamente substituídas. Dessa forma, em virtude da rapidez em se desenvolver novos sistemas digitais, os idosos não conseguem aprender a manipular tais tecnologias tão bem quanto as novas gerações. Uma vez que a juventude, em maior quantidade, usa durante mais tempo esses mecanismos do que os mais velhos, consoante a Agencia Brasil, em 2018. Logo, apesar das sociedades evoluírem, os indivíduos de terceira idade são afastados do presente.  Ademais, expõe-se, também, a análise sobre à temática da velhice feita pela célebre filósofa Simone Beauvoir, no livro “A velhice”. De acordo com esta cientista, grande parte da sociedade “encara” os idosos conforme uma espécie de objeto incômodo, inútil, e deseja-se poder tratá-los como desprezíveis. Dessarte, tal deturpação de valores ocorre, dentre outros motivos, em decorrência da pressão estabelecida pelas três características do fato social, haja vista que conectar-se virtualmente é uma necessidade geral para o mundo moderno, um ato independente da vontade do indivíduo e uma obrigação a ser seguida, reespectivamente. Por conseguinte, os mais velhos ficam frustrados quando não conseguem manusear os dispositivos técnicos-informacionais, e, em seguida, são discriminados com as atribuições relatadas por Simone. Portanto, sem auxílio, a comunidade global descarta-os.  Infere-se, por fim, que as Universidades Federais devem realizar cursos gratuitos para os cidadãos com mais de sessenta anos, por intermédio do uso de salas com computadores conectados à “web” e aulas ministradas por professores de computação. Assim, esse projeto ao ser executado, e divulgado nas redes sociais dessas instituições, alcançará o objetivo de inserir os alunos nesta “contemporaneidade líquida” por meio do aprendizado promovido, em sequência, inibirá os preconceitos ditos por Beauvoir.