Enviada em: 28/07/2019

São Tomás de Aquino defendeu que todas as pessoas precisam ser tratadas com a mesma importância. Porém, a questão da segregação digital da terceira idade contraria o ponto de vista do filósofo, uma vez que, no Brasil, esse grupo é vítima de discriminação constante. Com efeito, evidencia-se como agravante a negligência parental e estatal.  É indubitável, nesse contexto, que a falta de tempo e o individualismo dos familiares esteja entre as causas do problema. De acordo com a filósofa Simone de Beauvoir, em sua obra "A Velhice", a família vela a pessoa idosa como uma espécie de ser inferior, negligenciando suas necessidades e encarando-o como culpado por sua sobrecarga de compromissos. Sob tal ótica, devido a dinamicidade do mundo hodierno, os mais jovens não possuem tempo ou paciência para inserir seus ancestrais no mundo tecnológico. Desse modo, eles são cada vez mais excluídos da vida moderna e seu relacionamento com outras faixas etárias é dificultado.  Outrossim, o desamparo do Estado é um grande impasse para a resolução da problemática. Nesse panorama, o Estatuto do Idoso prevê que o Poder Público deve proporcionar o envelhecimento saudável e digno, bem como o direito à educação e sua integração à vida moderna. No entanto, a terceira idade não têm suas necessidades básicas atendidas e ficam à margem da inovação. Desse modo, devido a linguagem digital e a dificuldade em lidar com aparelhos eletrônicos, a terceira idade perde sua autonomia e torna-se dependente de outras pessoas para se integrarem na comunidade digital.  Torna-se imperativo, então, desenvolver medidas que ajam sobre o problema. Assim, é preciso que o Ministério da Educação desenvolva "workshops" em escolas, que serão abertos à comunidade e irão introduzir o idoso às novas tecnologias, tais como computadores e smartphones, para que ele adquira autonomia na utilização destes recursos, ampliando suas possibilidades de comunicação e de relacionamento com a família e comunidade. Ademais, devem ser disponibilizadas cartilhas de orientações com linguagem leiga apropriada aos que necessitarem.