Enviada em: 05/08/2019

Platão, filósofo grego, afirma, por meio do Mito da caverna, que o conhecimento na Terra são sombras e defende a importância da investigação filosófica na apreensão da realidade. No século XXI, alguns temas ainda reforçam essa ideia. Os desafios para a inclusão digital da terceira idade encaixa-se em tal cenário. Isso se deve, sobretudo, à ausência de ensino digital para os idosos somado ao egocentrismo da população.        Vale ressaltar de início, que apesar do Estatuto do Idoso prevê o direito à inserção digital, percebe-se que tal prerrogativa não é realizada com eficácia pelo Estado. Desse modo, além de terem seus direitos negligenciados, nossos antepassados são, muitas vezes, rotulados como "analfabetos digitais", por não serem familiarizados com ferramentas tecnológicas. Conforme Paulo Freire, a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. Nesse sentido, infere-se a necessidade de investimento em políticas educativas públicas para que haja a introdução dessa faixa etária nas mídias sociais.             Ademais, essa problemática se arrasta devido à falta de empatia das pessoas. O princípio de Negação da Alteridade atesta que a indiferença e falta de apreço pelo outro são características constates nas relações sociais. Sob esse viés, tarefas simples, como adicionar um número na lista de contato, enviar uma mensagem via Instagram, dentre outras, e que poderiam ser ensinadas até mesmo no âmbito familiar, não são repassadas aos mais velhos. Portanto, o entrave supracitada torna-se um obstáculo a ser contornado, o qual não pode ser enfrentado de forma passiva.         Diante do exposto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Cabe ao Ministério da Cidadania disponibilizar professores para ensinar os idosos a usufruírem do universo digital. Isso será feito com a criação de cursos presenciais voltados para o público idoso, com o intuito de garantir um direito previsto em lei. Além disso, os cursos de cunho tecnológico das universidades públicas devem criar projetos de extensão que desenvolvam oficinas para idosos. Assim, o país superará esse estigma.