Enviada em: 25/08/2019

Desde a Revolução Industrial, o mundo não é mais o mesmo. A tecnologia avança de maneira exponencial, a ponto de hoje estarmos diariamente conectados a alguma rede tecnológica. A vida em sociedade também seguiu os avanços, tendo, hoje, sua interação majoritariamente virtual. Neste cenário, a inclusão do idoso às novas formas de interação se torna análoga ao direito de viver em sociedade, e, como direito, deve ser garantido. Mas, ainda há ideias acerca desse grupo a serem desconstruídas para que a inclusão digital do mesmo ocorra de maneira acessível e eficiente.          A realidade dos dias atuais não se desvincula mais da tecnologia. Sendo a lazer ou a trabalho, a população faz uso de aparelhos ligados à internet todos os dias. A interação humana já é dominada pela interação tecnológica, não precisando sequer sair de casa para fazer compras ou efetuar pagamento de boletos, recursos esses oferecidos por aplicativos básico de smartphones. Tais comodidades ainda são distantes para a maior parte dos idosos, os quais seriam ainda mais beneficiados, visto suas maiores dificuldades para locomoção, por exemplo. Hoje, o debate sobre este afastamento tecnológico da terceira idade ainda é pouco, principalmente pelo esteriótipo vinculado a eles no Brasil.        No Brasil, a figura da população idosa é ligada à falta de disposição e capacidade para realizar tarefas na comunidade. Esse preconceito limita a forma do idoso existir em sociedade, criando bloqueios ideológicos e físicos para a inclusão do mesmo em espaços urbanos, eventos culturais e etc. Dito isso, a inclusão digital se torna tão urgente quanto necessária, uma vez que, nos dias atuais, o "viver em sociedade" está diretamente ligado ao "estar conectado", tornando-se assim, também, um problema social. Grupos voltados à inclusão social à terceira idade, em todos os âmbitos, já existem; como o da Universidade Federal do Pará (UFPa), que reúne a população mais velha para realizações de atividades físicas e aulas de informática, visando a melhoria da autoestima e garantindo o direito de interação plena a eles.         Desmistificar o preconceito que existe na figura do idoso é primordial para o incluir plenamente à sociedade. Isso é possível incentivando projetos como o da UFPa, e expandido-os para meios sociais fora da universidade. Como já citado, a inclusão digital é análoga ao direito de viver em sociedade. Desse modo, o Estatuto do Idoso deve intervir informando a população desta faixa etária    sobre a possibilidade de conhecimento tecnológico, e cobrando cursos preparatórios do Ministério da Educação e Cultura (MEC) para este setor, utilizando verbas governamentais. Garantindo, assim, a base para exercer o direito do idoso de interação na sociedade tecnológica de hoje.