Enviada em: 15/08/2018

Cazuza, cantor e compositor brasileiro, avalizava em sua música "O Tempo Não Para" que o futuro estava repetindo o passado e que a sociedade estava expondo-se aos mesmos erros. Analogamente, em tempos hodiernos, no que tange a problemática das poucas vacinações nos últimos anos, observa-se que tal cenário está sendo reflexo de impasses com raízes históricas, observados há décadas em movimentos como o da Revolta da Vacina. Em vista disso, tal conjuntura vigente requer a análise de possíveis fatores contribuintes à essa situação, os quais tangem entre os lapsos nas informações oferecidas aos cidadãos e a má distribuição de verbas públicas para campanhas preventivas.             Em primeira análise, é sabido que a Constituição Federal de 1988 garante aos cidadãos o direito à saúde de qualidade, cujo contexto inclui a garantia da vacinação na prevenção de doenças, e cuja importância é notória desde o advento das revoluções fabris, na conjuntura do êxodo rural. Entretanto, parte da sociedade onde a educação possui lapsos, há o desconhecimento acerca da relevância dos processos de vacinações, cujas causas podem ser explicitadas pelas imprecisões das informações oferecidas à comunidade. Nesse ínterim, observa-se que tais falhas não representam somente os contextos hodiernos, mas fizeram-se presentes no ano de 1904, na Revolta da Vacina, e hoje revelam-se nos movimentos anti-vacinação.          Outrossim, congênere aos lapsos informacionais outorgados à sociedade, outro fato que justifica os rasos números de pessoas vacinadas, é a má distribuição das verbas públicas destinadas à este fim, a qual contribui, em grande parte, para a carência de profissionais na organização de campanhas, desfavorecendo muitos brasileiros e contribuindo para o ressurgimento de doenças antes erradicadas no Brasil. Segundo a teoria de Thomas Hobbes, portanto, a intervenção estatal é necessária como forma de proteção dos cidadãos de maneira eficaz.          Dado o exposto, o Governo Federal, em parceria com o Ministério da Saúde, a fim de assegurar o conhecimento acerca das doenças e das vacinas, deve ampliar as campanhas midiáticas acerca assunto. Isso poderá ser feito por meio da promoção de documentários apelativos - com o uso de linguagem de fácil compreensão - em horário nobre. Ademais, o próprio Ministério da Saúde deve reunir profissionais da área e assegurar sobre a importância das fiscalizações nos momentos de distribuição e aplicabilidade dos serviços públicos. Isso poderá ser desempenhado por meio da promoção de palestras que relatem dados reais sobre o número de vacinações nas regiões brasileiras, identificando seus lapsos e possibilitando soluções. Dessa forma, haverá melhoria nos progressos sociais do Brasil.