Enviada em: 17/08/2018

No inicio do século XX, ocorreu no Rio de Janeiro uma grande revolta popular após o poder público decretar obrigatória a vacinação contra varíola, o que assustou a população que pensava estar sendo envenenada pelo governo.  Sabe-se que tal medo de vacinas foi praticamente erradicado no país ao longo das décadas. Entretanto, nos últimos anos o número de pessoas vacinadas tem se reduzido exponencialmente, deixando cada vez mas indivíduos desprotegidos de graves doenças. Nesse sentido, apresenta-se um sério problema que suscita a tomada de medidas interventivas.         Segundo dados do jornal BBC e da Globo, no Brasil, o número de vacinações contra a poliomelite diminuiu cerca de 20% na última década e, em 2017, o Ministério da Saúde(MS) não conseguiu cumprir as metas definidas de vacinações para nenhuma enfermidade. Tais dados são reflexos de uma onda de recusas de pais de vacinarem seus filhos e a si mesmos. Atualmente, nota-se que a principal causa para isso são as "fake news", noticias falsas que circulam pelo país que fazem os indivíduos acreditarem que ao tomarem vacina podem ter sérias reações como, por exemplo, perder o movimento de membros, contrair doenças ou mesmo falecer. Essas "notícias" estão se tornando cada dia mais frequentes e influenciam até profissionais da saúde como enfermeiros.        Além disso, outro fator que acarreta a baixa em vacinações é a falta de eficiência de muitos municípios em oferecer esse serviço nos postos de saúde. Em primeiro lugar muitas vacinas para doenças como sarampo, rubéola, caxumba e H1N1, ficam constantemente em falta em diversas cidades, sobretudo, com pouco recursos. Outrossim, a maioria das Unidades Básicas de Saúde(UBS) possuem poucos profissionais e sofrem com escassez de materiais básicos para atenderem os cidadãos. E esses são muitos e precisam enfrentar longas horas de espera quando decidem se vacinar, como ocorreu na campanha de vacinação contra a febre amarela deste ano, a qual multidões de indivíduos ficaram nas portas das UBS na esperança de sobrar alguma dose de vacina para sua vez. Dessa forma, um grande número de pessoas acabar por desistir de se proteger.         Portanto, fica evidente a necessidade de ações efetivas para assegurar a imunização e, assim, saúde à população, direito esse definido na Constituição Federal. Assim sendo, é dever do Ministério da Saúde em parceria com a mídia criar uma campanha publicitária que informe a população sobre a importância da vacinação, demostrando a realidade das consequências de não se imunizar e desmentindo as "fake news", para que os cidadãos tenham consciência da questão. Ademais, é essencial que a sociedade civil cobre de seus representantes, por meio de participação política, melhor estrutura e aumento dos recursos para a saúde pública, a fim de que isso não seja mais um impasse.