Enviada em: 17/08/2018

A Revolta da Vacina eclodiu no início de um século XX como um movimento de repulsa à vacinação compulsiva - a qual era tida como "veneno" -, da população carioca. Todavia, observa-se que a integração da imunização na sociedade levou à erradicação de inúmeras doenças que, amiúde, eram fatais. Nesse sentido, o Brasil hodierno convive com um novo desafio, semelhante aquele dos primórdios do século passado: garantir a vacinação dos brasileiro diante do reaparecimento de mazelas que, outrora, foram superadas e do descaso da população brasileira com as campanhas e as vacinas.       Antes de tudo, em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) o certificado de eliminação da circulação do sarampo, no entanto, o Ministério da Saúde confirmou a existência de 500 casos e mais de 1,5 mil em investigação no ano corrente. Em primeiro lugar, é necessário salientar a existência de uma vacina para esse vírus responsável pelo seu controle em 2016. Entretanto, o comodismo brasileiro - como os pais, que deixam de vacinar os seus filhos e a si próprio -, após essa notícia resultou em uma queda nas taxas de imunização, porquanto, houve o retorno dessa enfermidade. Consequentemente, isso afeta toda a sociedade brasileira, haja vista a rápida circulação de doenças virais e bacterianas, levando o Governo Federal a repensar novas estratégias que fortaleçam as campanhas e cristalizem a prática.         Além disso, há falha do Estado no que se refere ao controle e a negligência da população nesse assunto. Segundo o filósofo John Lock, o Estado deve garantir os direito naturais, entre os quais se insere a vida. Contudo, ainda existem populações no Brasil sem nenhum contato com vacinas, o que compromete essa garantia. O povo indígena, por exemplo, em especial as tribos isoladas, fazem parte desse grupo que, a posteriori, podem adquirir vírus e bactérias erradicados nas cidades e transmitir, originando, assim, um "efeito dominó". Desse modo, o governo falha ao não garantir para todos os cidadãos os preceitos garantidos pela Carta Magna de 1988             Urge, portanto, medidas de intervenção nesse desafio. É dever do Poder Executivo, sobretudo na voz das prefeituras, promover uma ampliação concreta no setor de vacinação, por meio de investimentos financeiros - os quais serão revestidos em especialização de dos profissionais de saúde, com vistas à seu trabalho em áreas isoladas, nas quais não há contato com a imunização. Ademais, o Ministério da Saúde, por intermédio de campanhas mentalizadoras, deve cobrar dos cidadãos essa prática, com o objetivo de acabar com a negligência da população.