Enviada em: 03/09/2018

" Doe sangue, doe vida". Esse é o slogan da campanha de doação de sangue promovida pelo governo no Brasil. Persuasivo e, apesar de apelativo, descreve corretamente a importância de ser um doador voluntário e salvar, com esse gesto, até quatro vidas. No entanto, o potencial do Brasil cai quando a população é rodeada de mitos acerca do procedimento ou quando esta, querendo doar, é barrada por ser homossexual.  Em 1904, Revolta da Vacina estourou na cidade do Rio de Janeiro quando a população se revoltou contra o governo por este tornar obrigatória a vacinação, pois acreditavam que a imunização transmitiria mais doenças ou funcionaria para matar. Análogo a isto, a população brasileira é cercada de mitos a respeito da doação de sangue, o que impacta o número de doadores e se torna um empecilho quando cidadão, que não conhece o procedimento, deixa de doar pois obteve informações baseadas do senso comum do tipo: doar sangue engorda, enfraquece e deixa o sangue "fino".  Em contrapartida, existem pessoas que querem doar sangue mas são impedidos em razão da homossexualidade, a não ser que esta pessoa esteja há um ano sem manter relações sexuais, o que não ocorre com héteros, fazendo com que estes se sintam discriminados por serem sempre atrelados a doenças sexualmente transmissíveis. Além disso, o Brasil está abaixo do percentual do doadores recomendado pela OMS(Organização Mundial de Saúde), 3%, com 1,8% da população doadora, e tal fato corrobora para a estagnação desse número e não para seu crescimento.  Em suma, urge a necessidade de aumento no número de doadores.Logo, o Ministério da Saúde, por meio das secretarias municipais, deve intensificar ainda mais campanhas de informação para conseguir mais doadores e  buscar, por meio de uma linguagem clara, educar a população sobre o doação de sangue afim de desmistificar alguns efeitos colaterais. Ademais, o governo, em parceria com a OMS, deveria alterar as leis que excluem os homossexuais da doação e investir mais em tecnologia para garantir a qualidade do sangue coletado e , enfim, alcançar os 3%.