Enviada em: 24/08/2018

No fim do século XIX e no início do século XX, o presidente Rodrigues Alves criou, com auxílio do, na época, ainda jovem Oswaldo Cruz - médico bacteriólogo brasileiro que estudou no Instituto Pasteur, em Paris -, um programa de vacinação contra a febre amarela que gerou uma certa revolta do povo que, anos após, realizaram a "Revolta da Vacina" em virtude da vacinação obrigatória. Desse fato histórico, criou-se no Brasil as raízes para um amplo programa de vacinação que firmou-se, principalmente, a partir da década de 80. Hoje, entretanto, nota-se que a falta de informação para a população e a carência de infraestrutura da saúde pública, culminam em embargos na garantia da vacinação dos brasileiros.       A priori, convém frisar que grande parte dos impasses referentes à vacinação são ocasionados pela falta de educação médica da esfera social. Nesse prisma, observa-se que a falta de adesão às campanhas envolvem o desconhecimento de parte da população em relação à importância das medidas profiláticas e a equivocada visão de que, por uma doença estar erradicada, não é necessário realizar a vacinação. Exemplo disso, são os números do Programa Nacional de Imunização que demonstram a o número de vacinações contra Poliomelite - doença erradicada na America do Sul desde 1994 - decaiu nos últimos anos. Essa realidade, dessa forma, evidencia a necessidade de políticas públicas capazes de informar de maneira efetiva a população.       Em uma análise mais extensiva, infere-se que, em um país com infraestrutura da saúde infamada como a brasileira, a desconfiança no sistema é compreensível, contudo, não isenta, o Estado do dever de reverter tal problemática. Ou seja, os desafios enfrentados pelos programas de vacinação são reflexos da descrença em todo um sistema que é falho em garantir uma qualidade satisfatória, principalmente, no âmbito infraestrutural. Com isso, faz-se necessário ponderar o dever constitucional da Carta Magna de 1988 - outorgada no Governo Sarney - em zelar pela saúde de todos os cidadãos, e, por isso, a necessidade da restauração da confiança da população em um dos programas públicos que, felizmente, funciona no Brasil: a vacinação gratuita.       Compreende-se, pois, que os imbróglios enfrentados pelos programas nacionais são preocupantes para a saúde de toda a população. Dessarte, urge que o Ministério da Saúde, com apoio das esferas estaduais e municipais, elabore um programa de visitação habitacional com profissionais - médicos, enfermeiros, agentes de saúde, entre outros -  que distribuam cartilhas informativas contendo dados e especificações científicas em uma linguagem mais popular, com intuito de informar adequadamente a população. Logo, o Brasil tornar-se-á conforme os sonhos de Oswaldo Cruz: um país longe de doenças.