Enviada em: 04/09/2018

Detentor de uma das maiores instituições produtoras de vacinas do mundo, a Fundação Oswaldo Cruz, o Brasil enfrenta como paradoxo a baixa taxa de vacinação contra doenças como o sarampo e a poliomielite, apesar do atual risco endêmico.       Produto dos recentes fluxos migratórios, originados pela crise humanitária na Venezuela, o ressurgimento de doenças erradicadas do território nacional ganha a atenção dos órgãos de saúde. Campanhas de vacinação, com taxas históricas de elevada adesão, não depreendem a mesma atenção nas últimas, apesar da oferta de vacinas ser gratuita e a rede de aplicação ampla.       Notícias falsas compartilhadas pelas redes sociais, supostamente originadas por especialistas em vida saudável/natural, propagadas por seus adeptos e reverberadas por pessoas sem compromisso com fontes, somadas ao descrédito da população com as instituições, originadas pelos frequentes episódios de corrupção e desperdício de recursos públicos, aliado ao tempo que tais doenças foram erradicadas, o que faz com que a população não dê a devida importância à prevenção, visto que não viu seus efeitos, acabam por gerar baixa adesão nas campanhas, constituindo elevado risco de epidemia.       É preciso criar mecanismos para assegurar o aumento da taxa de vacinação, tais como a criação de cadastro nacional de vacinação, com vinculação ao CPF, onde o cidadão precisará ter todas as vacinas para participação em programas sociais, para a retirada e renovação de documentos, como passaporte, carteira de trabalho e carteira de habilitação, além das crianças, que terão que cumprir estes requisitos para matrícula em escolas, sejam públicas ou privadas, tudo isso como forma de blindar a saúde do brasileiro.