Enviada em: 05/09/2018

A vacina é uma ferramenta fundamental para a erradicação de doenças a nível mundial. Embora essa premissa seja amplamente conhecida, o Brasil apresentou, em 2016, o menor índice de imunização contra a poliomielite em 12 anos, segundo dados do Programa Nacional de Imunização. Esse quadro revela a presença de desafios para garantir níveis adequados de vacinação no país. Nesse contexto, cabe analisar a desvalorização da ação preventiva das vacinas, bem como a baixa cobertura vacinal na sociedade contemporânea.        Em primeiro plano, vale ressaltar a Revolta da Vacina, em 1904, movimento marcado pela resistência popular à vacinação, devido ao desconhecimento do seu mecanismo e ao método compulsório de aplicação. Analogamente ao pensamento da população do Rio de Janeiro, os brasileiros do século XXI resistem às vacinas em função do desconhecimento das doenças erradicadas. Isso porque a raridade de contração de tais enfermidades gera a falsa sensação de que a imunização é desnecessária, resultando, assim, na baixa adesão às campanhas de vacinação.        Diante desses fatos, compete evidenciar que a baixa cobertura vacinal, principalmente de crianças e adolescentes, representa um risco para toda a população. Conquanto haja investimentos públicos em recursos e publicidade dessa temática, os pais e responsáveis negligenciam a atualização do cartão de vacina dos filhos, o que viola os direitos previstos no Estatuto da Crianças e do Adolescente (ECA). Por conseguinte, a diminuição dos índices de indivíduos imunizados facilita o retorna de doenças extintas.        É necessário, portanto, estabelecer como meta o retorno da valorização das vacinas na sociedade brasileira. Para isso, o Ministério da Saúde deve auxiliar na efetivação dos direitos garantidos pelo ECA, por meio da criação de um aplicativo digital que registre o histórico de vacinas e alerte sobre as futuras doses necessárias, a fim de incentivar os pais a vacinarem seus filhos. Ademais, a mídia aberta deve evidenciar o valor preventivo da imunização, por intermédio de propagandas e ficções engajadas, de modo a estimular a adesão da população às campanhas de vacinação. Assim, pode-se pensar em uma sociedade saudável e protegida.