Enviada em: 07/09/2018

O desenvolvimento das vacinas, sobretudo nas décadas de 70 e 80, foi um dos principais fatores que ocasionou uma explosão demográfica no mundo, ao reduzir drasticamente a mortalidade infantil. Diferentemente daquela época, o mundo vive, atualmente, um período de relativa estabilidade e segurança, o que faz com que, na ausência de mobilização da sociedade por parte dos veículos competentes, haja negligência por parte da população. Esse fator, acompanhado do escalonamento das "Fake News" e do descaso com a saúde pelo corte de verbas na saúde, desencadeia um fato novo e preocupante no Brasil: a queda vertiginosa no número de vacinados.                  A saúde pública no país ganhou um novo inimigo: a desinformação. Correntes de mensagens contendo informações falsas sobre as vacinas são veiculadas por meio das redes sociais, uma em especial chama bastante a atenção: que o governo estaria querendo inocular um vírus mortal em boa parte da população. Logo, nota-se que o silêncio dos veículos nacionais de propaganda tem sido preenchido pelo ensurdecedor marketing do medo dos grupos anônimos infiltrados nas redes sociais.                Embora trate-se de infeliz realidade, essa foi prevista pelos especialistas assim que o governo decidiu estabelecer um teto arbitrário de gastos por meio da PEC 247, que estabeleceu que os gastos governamentais deveriam apenas acompanhar a inflação do período pelos próximos vinte anos, e como os gastos com saúde tendem a aumentar por causa do envelhecimento da população, qualquer limite estabelecido torna-se uma barreira para que as demandas mínimas sejam cumpridas. Dessa forma, de fato, houve um severo corte de verbas para a saúde, sobretudo para a propaganda dela, de tal forma que a própria sociedade vem rebaixando essa preocupação para segundo plano, face aos outros problemas que têm se agigantado no país, como o desemprego, a corrupção e a fome. Obviamente, a causa da omissão da população em vacinar a si e a seus filhos está nela mesma, mas o estado, que deveria motivar e se preocupar, não empreende qualquer esforço.             Face ao supracitado, deve-se eleger medidas para mudar o cenário proposto. Num viés mais radical, é necessário que a PEC 247 seja revogada, eliminando, dessa forma, o arbitrário teto de gastos que irá sucatear ainda mais a saúde pelos próximos vinte anos. Portanto, a conta é simples, quanto mais dinheiro para saúde, mais dinheiro para a propaganda de vacinação, consequentemente, mais pessoas informadas e dispostas a se vacinarem. Num viés mais realista, cabe à própria sociedade, por meio da propaganda gratuita nas redes sociais, alertarem seus familiares e conhecidos sobre a importância da vacinação e orientando os mesmos a reconhecerem e rejeitarem notícias falsas, pois estas têm contribuído para as pessoas negligenciarem a própria saúde e de seus pares.