Enviada em: 29/09/2018

"O maior erro que um homem pode cometer é comprometer sua saúde a qualquer outra vantagem". Esse excerto do pensamento de Arthur Schopenhauer retrata a importância e a responsabilidade que o indivíduo possui sobre o seu próprio bem estar. No Brasil contemporâneo, entretanto, vê-se que as pessoas tem negligenciado a vacinação, de maneira a difundir doenças reemergentes. Nesse sentido, faz-se necessário analisar as causas e inibir esse impasse.             Mormente, é indispensável entender o papel da sociedade referente à problemática. Sob uma ótica meramente histórica, em 1904, com a campanha de imunização obrigatória desenvolvida pelo médico Oswaldo Cruz, houve um levante popular contrário a tal política. Por analogia, apesar da globalização e da propagação de informações, é cada vez maior o número de pessoas as quais adotam notícias falsas e noções antivacinas, de maneira a ratificar a era da superficialidade defendida por Jean Baudrillard. Com isso, a população, sobretudo a mais carente, nega a segunda maior conquista da saúde pública, segundo a Organização Mundial da Saúde.              Ademais, nota-se ainda que a ausência de investimentos corrobora o problema. Isso visto que, embora seja uma referência internacional na produção de vacina, o país apresenta ações preventivas inoperantes e pouco efetivas, de modo a atuarem somente no combate. Além disso, em virtude do corte de gastos promovido pela PEC 241, municípios mais vulneráveis exibem obstáculos para gerir programas de imunização e o abastecimento de vacinas essenciais. Assim, à medida que as enfermidades são erradicadas, deixa-se de adotar medidas profiláxicas, de modo a permitir o avanço de moléstias como a poliomielite. Isso é examinado, por exemplo, no fato de que, consoante o Ministério da Saúde, nenhuma vacina prioritária do calendário infantil atingiu a meta de imunização em 2017.              Infere-se, portanto, que a vacinação é fundamental na proteção da sociedade. Destarte, o Governo, em parceria com o Ministério da Educação, deve inserir palestras, ministradas por imunologistas e profissionais da saúde nos espaços públicos, sobre a ação da vacina no organismo e sua relevância no progresso medicinal, bem como criar programas de extensão e grupos de estudos nas instituições escolares, acerca das inovações e do método cientifico, a fim de valorizar e democratizar o acesso à ciência. Outrossim, cabe ao Congresso Nacional, por intermédio de ONGs e do Ministério da Saúde, destinar mais recursos à saúde pública, com o intuito de ampliar a cobertura vacinal, por meio da monitoração regional, da focalização das áreas mais afetadas e de atendimento residencial, para resgatar a percepção social sobre o valor da imunização. Dessa forma, os indivíduos não cometerão o erro abordado por Schopenhauer.