Enviada em: 20/10/2018

O Brasil é reconhecido mundialmente por disponibilizar vacinas de forma gratuita para toda a população, por meio do Sistema Único de Saúde. Todavia, segundo dados fornecidos pelo Programa Nacional de Imunização, a cobertura vacinal no país tem caído de forma significativa nos últimos anos. Destacam-se como fatores corroborantes à situação a ausência de uma conscientização efetiva da população e a precarização dos serviços públicos de saúde.       Em primeira análise, a má formação educacional dos brasileiros é determinante para que os mesmos abdiquem da imunização artificial, haja vista que a maioria dos indivíduos desconhece a magnitude da importância da vacinação,  não apenas no âmbito individual, mas também coletivo. Nessa lógica, o ideário coletivo brasileiro se tornou um terreno fértil para a proliferação de notícias de procedência duvidosa que atribuem às vacinas efeitos deletérios à saúde, como, por exemplo a associação da tríplice viral com a incidência de autismo nas crianças. Tais falácias resultaram em um forte movimento anti-vacinas no país, propiciando o reaparecimento de doenças antes erradicadas, como é o caso do sarampo.        Em segunda análise, é válido ressaltar que o sistema de saúde ainda encontra diversos empecilhos para sua plena efetivação no que tange à imunização da população de forma eficiente e integral. A respeito disso, sabe-se que a disponibilização dos imunobiológicos por todo o território nacional não é realizada de forma plena, de forma que muitos locais sofrem com o desabastecimento das mesmas, sobretudo nas regiões mais pobres. Dessa forma, é colocada em risco não só à saúde de milhões de indivíduos, mas também a credibilidade de um dos maiores e melhores programas de vacinação do mundo.       Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para garantir a vacinação efetiva da população brasileira. Cabe ao Ministério da Saúde, aliado aos grandes canais de comunicação, aprimorar e expandir campanhas de conscientização de caráter popular que, por meio de reportagens e propagandas apelativas, informem à sociedade a respeito da real extensão da importância da imunização nos variados âmbitos, além de esclarecê-la acerca dos boatos inverídicos em relação às vacinas, com o objetivo de reverter a situação de queda nas taxas de cobertura vacinal. Ademais, o Poder Público deve destinar maiores verbas para a compra de imunobiológicos, além de estabelecer uma fiscalização mais eficaz, principalmente nas áreas periféricas, com o fito de garantir que todos os postos de saúde possam garantir a demanda da comunidade. Dessa forma, será possível obter cada vez maiores taxas de vacinação no país.