Enviada em: 04/09/2018

Ao atuar como uma das três leis newtonianas, a lei da inércia afirma que um corpo tem tendência a permanecer em constante repouso ou movimento retilíneo e uniforme, até que seja atuada sobre ele uma força de intensidade suficiente para a mudança de seu percurso. Sob esse viés, o precário saneamento básico é um contraponto que persiste na sociedade. Logo, representa um desafio a ser encarado de forma mais expressiva pela população. Com isso, em vez de atuar como a força suficiente para a mudança de rota desse, a ineficiência das leis, quando somada à desigualdade social, contribuem diretamente com a intensificação de tal problemática no Brasil.      A princípio, é indubitável que a ineficiência das leis seja uma das principais influenciadoras para a acentuação da precária higiene básica na sociedade. Isso se dá devido à forte negligência do Governo quanto à legislação que, deveras, é considerada falha, haja vista que muitas leis encontram-se presentes somente no papel e não no factual. Infelizmente, algo deplorável, se considerado que em um Estado como o brasileiro, com a alta arrecadação de impostos, esses não sejam reaplicados para satisfazer os anseios da população.      Considera-se, também, a desigualdade social como uma das mais importantes impulsionadoras da persistência do problema no corpo social. Tal alto se deve, segundo o importante romancista brasileiro Ariano Suassuna, à divisão do Brasil em dois países distintos: o dos privilegiados e o dos despossuídos, cujo os privilegiados em sua minoria, 47%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), detêm de mais direitos que a maioria. Algo inadmissível, tendo em vista que o conceito de país justo não é posto em prática, nem mesmo respeitado.       Torna-se, evidente, portanto, que ainda existem entraves para garantir a solidificação de políticas que visem à construção de um Brasil melhor. Diante disso, é dever do Governo, por meio de investimentos na fiscalização, aumentar a rigorosidade das leis, a fim não só de que haja uma melhora redundante para a população, mas também todos sintam-se privilegiados com um bom saneamento. Ademais, é necessário que o Ministério da Educação (MEC) fomente nas instituições escolares, campanhas e palestras que discutam o combate à desigualdade social, com o intuito de promover um maior nível de homogeneidade entre as diferentes classes sociais. Tais ações agirão como a força essencial para a transfiguração de rota do impasse.