Enviada em: 06/09/2018

Universalização do saneamento básico O sociólogo Zygmunt Bauman, em sua obra "Em busca da política", afirma que "tendemos a crer que pouco podemos mudar - sozinhos, em grupo ou todos juntos - na maneira como as coisas ocorrem ou são produzidas no mundo". É com essa crença que poder público e coletividade têm, de forma ainda muito tímida e pouco assertiva, encarado a questão dos desafios para melhorar o precário saneamento básico brasileiro. Logo, é imperativo um maior engajamento desses atores sociais no inadiável enfrentamento desse problema. Inegavelmente a Lei nº 11445/2007 possui efeitos positivos, porém há lacunas, ainda, a ser preenchidas. Uma prova fatal disso é que, segundo  o portal de notícias online G1, quase 90% da população brasileira possui água tratada. Entretanto, menos da metade dos brasileiros possuem esgoto tratado ou coleta de esgoto, de acordo com a mesma fonte. Isso escancara um cenário no qual seres humanos não detém uma vida digna devido à incompetência dos atores públicos no que tange ao direcionamento dos recursos para esse setor social. Dessa forma, é imperativa uma ação estatal para vencer essa barreira. Conforme o filósofo alemão Jurgen Habermas, advindo da escola de Frankfurt, o consenso social é a melhor forma de resolver impasses. Nesse sentido, a comunicação entre a própria população é fundamental para, com isso, universalizar o acesso ao saneamento básico. No entanto, a atual conjuntura revela uma preocupante negligência, especialmente com as classes mais baixas, dado que moram em regiões periféricas e esquecidas pelos governantes. Assim, através de um incessante diálogo social será viável amenizar o problema. Por tudo isso, a sociedade civil, com o apoio de ONGs e associações que militam nesta área deve, por meio de petições, abaixo-assinados e manifestações em locais públicos e nas redes sociais, pressionar o Governo Federal para criar o projeto "Esgoto para todos" visando democratizar o seu acesso. Ademais, as escolas, responsáveis tanto pela formação intelectual quanto moral de crianças e jovens, devem ofertar à comunidade escolar palestras ministradas por especialistas na área a fim de esclarecer a importância do saneamento básico no cotidiano das pessoas. Só assim, a nação dará passos mais firmes na direção de um futuro melhor.