Karl Marx acerta ao dizer que é preciso modificar o mundo, afinal, ainda hoje o Estado não assegura os direitos básicos de existência para toda população. Melhorar o precário saneamento básico brasileiro é promover uma nação justa, e que se vê segura ao contribuir com seus impostos. Dito isso, ampliar as redes de tratamento de esgoto e promover condições apropriadas para o descarte de resíduos são questões prioritárias para solucionar tal óbice. Importa considerar, de início, que o saneamento básico é um dos parâmetros de análise no Índice de Desenvolvimento Humano, portanto, é sinônimo direto de progresso. Nesse contexto, desenvolver esse setor significa agir de maneira profilática com a saúde pública, já que dezenas de doenças parasitológicas são prevenidas com saneamento, como ascaridíase e ancilostomíase. Entretanto, o Atlas Esgoto mostra que apenas 16% dos municípios atingiram a meta de tratar 60% de seu esgoto, indicando a necessidade de extenso avanço nesse quesito. É válido lembrar, também, que o Brasil já possui legislação específica sobre a disposição do lixo desde a Constituição Cidadã, de 1988. Logo, é necessária pressão popular para a criação de aterros sanitários e mecanismos que facilitem o apropriado fim dos rejeitos, evitando a criação de lixões que poluem ar, solo e água, e são habitat para vetores de doenças. Assim, mostra-se a urgente necessidade de mobilização social para pressionar os órgãos responsáveis para findar essa problemática. Convém, portanto, que o Senado Federal estabeleça uma meta de acréscimo em pontos percentuais de 2% ao ano, por meio de lei, no tratamento de esgoto dos municípios, a fim aumentar a cobertura de saneamento nos municípios. Paralelamente, a sociedade civil organizada deve, por meio de mídias sociais, organizar protestos e passeatas exigindo o cumprimento da lei por parte de seus governantes, e a inserção do saneamento básico, incluindo os aterros sanitários, em seus planos de governo, e, finalmente, seguindo Marx, modificar o mundo.