Enviada em: 04/10/2018

A obra, O Cortiço, do grande escritor Aluísio Azevedo, já descrevia a falta de acesso a água potável e esgotamento  sanitário, no cotidiano  de quem habitava  as estalagens  da cidade do Rio de Janeiro, no final do século dezenove. Desse modo, percebe-se que apesar do imenso espaço cronológico dos fatos relatados nessa obra, para o momento contemporâneo, ainda é notório que grande parte da população brasileira é negligenciada do saneamento básico, nesse sentido, a rápida e desorganizada urbanização do país e a inoperância do Estado em garantir os serviços básicos à nação, são fatores perpetuadores da problemática. Assim sendo, medidas fazem-se urgentes para reverter tal quadro.    Em primeira análise, cabe pontuar que segundo o geógrafo Milton Santos, a urbanização do Brasil ocorreu de forma abrupta e sem planejamento efetivo, pós meados do século vinte. Acarretando, dessa maneira, na não abrangência das redes de água e esgoto a todos. Como corrobora os dados divulgados recentemente pelo Sistema Nacional de Informação sobre Saneamento (SNIS), aponta que mais de 35 milhões de brasileiros, não têm acesso água potável, e quase 50% de toda população não possuem esgotamento sanitário no país. Logo, vê-se que esses indivíduos são cessados de obterem esse direito fundamental para uma boa qualidade de vida, assegurado pela Constituição da pátria.    Ademais, embora haja algumas ações por parte do Estado com intuito de universalizar o acesso a água própria para o consumo e esgotamento doméstico no país, como a Lei 11.445 e Programa Nacional de Saneamento Básico ( PLANSAB). Seus efeitos são mínimos frente ao problema, visto que, o próprio PLANSAB, estipula previsões que todos patriotas só serão beneficiados com  água potável e coleta de esgoto, daqui a mais de duas e três décadas, respectivamente. Diante disso, nota-se a ineficácia do país de promover os serviços básicos a uma grande parcela da população, deixando a mesma exposta  as enfermidades, como: toxoplasmose, cólera e ascaridíase, que segundo a OMS essas doenças têm relação direta com a ausência de saneamento básico. Assim, alternativas devem ser tomadas, a fim de reverter esse cenário deplorável vigente na nação.   Fica claro, portanto, a prevalência da falta de saneamento básico, que inflige a sociedade brasileira há séculos. Dessa forma, cada governo das três esferas de poder, podem destinar mais verbas para o PLANSAB e juntos estipularem metas anuais de realizações de obras de saneamento básico para cada estado do país. Além disso, o Ministério das Cidades pode criar verbas específicas para aumentar as redes de coleta de esgoto e distribuição de água, com finalidade de universalizar esses serviços por toda a pátria. A sociedade pode solicitar a mídia para fazer reportagens, em locais onde não existe tal serviços já apontadas, como forma de denúncia.