Enviada em: 18/10/2018

Por volta dos anos 60 a 70 com o advento da revolução verde, houve um expressivo aumento da pressão econômica de oligopólios sobre pequenos agricultores, levando a diversas consequências que historicamente são ignoradas pelo poder público. Entre elas, o intenso êxodo rural, em que famílias inteiras deslocavam-se para cidades, e a favelização. Este último termo refere-se ao processo de segregação urbana, onde a população marginalizada passa a viver em condições totalmente inadequadas, sem coleta de lixo, transporte de qualidade, mas principalmente, sem saneamento básico.       Lembrados como cidadãos apenas em períodos eleitorais, a população carente sofre com as consequências da falta de obras que ofereçam o mínimo de infraestrutura para uma vida digna, tornando-se reféns de medidas puramente políticas e paliativas, que podem ser inauguradas aos olhos da imprensa e dos eleitores.       Em pesquisa sobre o saneamento básico, a incompetência política brasileira, que falha em representar seus eleitores, fica explícita. Segundo dados do Instituto Trata Brasil, mais de 100 milhões de brasileiros não possuem acesso à coleta de lixo. Na região norte os índices de coleta de esgoto não chegam 11% do total da população, trazendo inúmeras consequências, como o padecimento da população por doenças já superadas em outras regiões mais abastadas, entre elas a giardíase, amebíase e cólera.         A população permanece desassistida e ignorante perante seus direitos, dessa forma, uma das medidas a serem consideradas para mudar o quadro descrito, é a adoção de disciplinas como educação ambiental e política no currículo escolar; tendo por objetivo levar informação sobre maneiras de minimizar os efeitos da falta de saneamento com medidas profiláticas, e tornar a população crítica à administração que não a assiste. Também pode-se adotar campanhas publicitárias, que levem à  conscientização referente às doenças primárias que acometem a população, como consequência da falta de saneamento. Para medidas de longo prazo é necessário pensar políticas públicas que diminuam a desigualdade social, para que a marginalização populacional não seja necessária, diminuindo o crescimento desordenado de bairros e, consequentemente, os efeitos da falta de planejamento urbano.