Os desafios impostos à melhoria do precário sistema de saneamento do Brasil necessitam de medidas urgentes para que possam ser superados, mitigando assim problemas de saúde e melhorando a qualidade de vida dos cidadãos. Tais medidas devem compreender ações no campo da gestão dos recursos hídricos, bem como no de investimentos. Nesse contexto, vê-se que o volume de recursos investidos ainda é insuficiente. Tal realidade é corroborada pelos dados do Instituto Trata Brasil, os quais apontam que apenas 45% do esgoto gerado no país passa por tratamento; além disso o número de pessoas sem água potável chega a 35 milhões. Esse cenário é a gênese de problemas de saúde estritamente relacionados à falta de saneamento, como as verminoses, a hepatite A, a leptospirose e diversas outras doenças. Assim, todos os anos, uma parcela significativa da população sobrecarrega o sistema de saúde com tais enfermidades, gerando gastos e perda de produtividade ao país. Ademais, é salutar destacar a necessidade de uma gestão mais eficiente dos recursos hídricos. Nesse sentido, é notório o caso de desperdício de água, evidenciado por constantes vazamentos na maior parte das cidades brasileiras. Estudos mostram que a média de água perdida nas cem maiores cidades do país foi de 39% - um número muito elevado. Isso ilustra um cenário ambíguo, no qual falta água para uma parcela da população, enquanto em outros locais há desperdício. É necessário, por conseguinte, estabelecer um conjuntos de estratégias que visem à superação das barreiras em torno da melhoria de tão essencial serviço para a sociedade. Dessa forma, é preciso aumentar e otimizar os investimentos, com a imediata retomada, pelo Ministério das Cidades, de obras paradas; além de aprovar e estabelecer parcerias com empresas privadas, que possam atuar no setor, sendo reguladas pelo órgão federal responsável. É importante ainda, melhorar os canais de comunicação da população com as gestoras dos recursos hídricos, para que vazamentos possam ser rapidamente reparados.