Enviada em: 28/10/2018

Antes da Revolução Industrial, pouco se falava sobre saneamento básico, porém com o crescimento do êxodo rural e conseguinte desenvolvimento urbano, as cidades começaram a se atentar a esse tema, já que em um centro urbano é bem mais difícil encontrar um leito de rio para obter água limpa e despejar seus dejetos. Todavia, nos dias atuais, o saneamento básico universal ainda apresenta muitos empecilhos pela frente. Sendo assim, necessita-se discutir sobre a negligência brasileira acerca do tratamento de água e esgoto ao longo da história do país, além dos respectivos prejuízos que atingem o meio ambiente e a saúde pública.       Cabe ressaltar, a princípio, que mais da metade da população brasileira não tem acesso ao saneamento básico ideal, embora o saneamento seja um direito social previsto na Constituição. Contudo, antigamente, essa situação era demasiadamente pior, as fezes, a saber, eram lançadas pela janela e deixadas nas calçadas. Depois, tornou-se comum que os denominados escravos de ganho transportassem esses dejetos até um local mais distante das moradias.Entretanto, desde 1970, o crescimento acelerado das cidades aliado a  políticas sociais precárias e excludentes  por parte do governo provoca um aglomerado de pessoas pobres que residem em periferias e vivem diante de condições sanitárias desprezíveis.       Ademais, essa carência sanitária também é um desafio ambiental e de saúde pública. Um grande exemplo de impacto nos ecossistemas acontece na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, onde são despejados  18 mil litros de esgoto por segundo. Essa água suja promove o processo  de eutrofização devido ao acúmulo de matéria orgânica, que favorece a multiplicação de bactérias que consomem o oxigênio dissolvido e dificultam a fotossíntese realizada pelas algas, o que põe em risco a comunidade biológica que reside nesse habitat. Além do mais, a água não tratada favorece também a proliferação de vermes e bactérias que provocam sérias doenças no ser humano, como: leptospirose, cólera e lombriga. Todas essas enfermidades podem levar o paciente a morte e elevam os gastos do Estado na área da saúde.       Portanto, torna-se imprescindível um maior investimento de capital nas obras de saneamento básico por parte do governo estadual. Para tal, é necessário que os governadores reservem uma quantia considerável para as obras de construção de redes de tratamento de água e esgoto e que utilizem como ferramenta  um calendário público que informe as reformas prioritárias, seus respectivos gastos e datas. Com isso, a população estará a par do andamento de tais construções  e, ao final, terá acesso a uma vida mais digna e limpa.