Enviada em: 09/11/2018

No passado, um médico que trabalhava em uma clínica obstétrica na cidade de Viena, Áustria, descobriu a causa de uma série de mortes de mulheres e bebês: os médicos não lavavam as mãos entre o cuidado com um paciente e outro. Um simples gesto salvou vidas e a prática rigorosa da lavagem das mãos é utilizada até os dias de hoje para se evitar infecção. E quando o simples gesto da lavagem das mãos lhe é negado, enquanto cidadão? Esta é a realidade de milhares de brasileiros que vivem sem saneamento básico.       O Brasil é um país de dimensões continentais. Além disso, detém 12% da quantidade da água doce existente no mundo ocupando o primeiro lugar dentre os países com maior disponibilidade de água potável. Entretanto, a população brasileira sofre com a escassez e precariedade da rede de saneamento. Muitos não têm acesso a água tratada, nem rede de esgotos. Tal situação é mais intensa em regiões com índices elevados de pobreza, como é o caso do Nordeste, onde o alcance à rede de esgoto tratado restringe-se a 26,8%, aquém do necessário.       Sem acesso ao saneamento básico a população sofre com problemas de saúde facilmente evitados e o país acumula gastos, além de não obter lucros com a redução dos custos de saúde, maior produtividade no trabalho, valorização do turismo e ramo imobiliário, por exemplo.       Portanto, medidas precisam ser tomadas a fim de mudar o cenário atual das condições precárias em que vivem milhares de brasileiros com a falta de saneamento. O governo federal junto aos municípios podem atuar no mapeamento de áreas críticas e injeção proporcional de investimentos financeiros, bem como a fiscalização do emprego dos recursos para excluir desvios. É interessante também a elaboração de um programa para atrair a iniciativa privada neste processo, pois a falta de investimento e interesse em ampliar o acesso à rede de esgoto e água tratada trazem prejuízos à nação com os constantes estragos e mortes que doenças advindas deste cenário precário e caótico acarretam.