Enviada em: 30/05/2018

É indubitável que o tratamento de dependentes químicos é frequente ponto de preocupações, dificuldades e aspectos inferiorizantes no Brasil. Desde a época do manicômio de Barbacena, no qual era considerado campo de concentração brasileiro, quando diversos enfermos com enfermidades mentais eram internados, inclusive, usuários de drogas e, por conseguinte, esses eram maltratados e submetidos a cirurgia de lobotomia, ou seja, não recebiam uma terapia adequada, o impasse persiste, visto que, hodiernamente, muitas clínicas químicas não fornecem um atendimento de reabilitação eficiente para os pacientes fazendo com que haja complexidade na recuperação desses. Pode-se perceber, portanto, que as raízes históricas do holocausto manicomial e a falta de políticas de saúde que fiscalizem internatos narcóticos dificultam a resolução da questão.    Considerando-se a discriminação presente no meio social no que se refere aos viciados em entorpecentes e por conta desse desrespeito a dificuldade desses indivíduos de se reintegrarem na sociedade após uma série de acompanhamentos para a regeneração, além da possibilidade de recaídas durante a internação por conta da família que na maioria das vezes sente muito empatia e acaba retirando o sujeito do âmbito de possível cura pelo fato desse apresentar um bom desenvolvimento em pouco o tempo e, consequentemente, esse dependente acabar retornando, já que na ocasião que isso acontece o tratamento é interrompido.     Além disso, é possível afirmar que as camadas mais pobres do segmento social são as mais afetadas pelos alucinógenos, dado que o comércio de drogas acontece nos ambientes mais inferiorizados como favelas, a vista disso é importante salientar que os sujeitos com baixa renda que são afetados pelos estimulantes dificilmente conseguem passar por algum procedimento de cura, em razão de não haver clinicas públicas que forneçam a prisão química, uma vez que os internatos químicos são caros e muitas famílias acabam não tendo condições de investir em terapias para o familiar afetado.   Convém, desse modo, ao Ministério da Saúde promover, com uma parcela dos impostos públicos fornecidos pelo Governo, clínicas de reabilitação de qualidade e gratuitas em todas as regiões do país em conjunto com faculdades de saúde, as quais proporcionaram estágios nesses hospitais para médicos, enfermeiros e psicólogos para que esses, além de colocarem em prática todo o aprendizado acadêmico ajudem os pacientes a voltarem reabilitados para o convívio social. Ademais, os médicos psiquiatras devem orientar as famílias, por meio de palestras dentro do ambiente hospitalar, sobre a importância de concluir o tratamento e de como agir para que essas estejam cientes do que fazer e de como ajudar. Afinal, esses são dignos de respeito e de recuperação e não de segregação inclemente.