Enviada em: 05/06/2018

O tratamento de dependentes químicos, no Brasil, encontra uma série de dificuldades. Isso pode ser comprovado pela grande quantidade de usuários de drogas que o país possui, que é cerca de 5% de toda a população. Nesse sentido, algo deve ser feito para solucionar esse impasse.    Em primeiro lugar, é importante destacar o descaso do Estado com os dependentes químicos. Isso porque boa parte dos recursos estatais são destinados ao combate às drogas e não ao tratamento dos usuários. Com isso, o número de clínicas e profissionais especializados no tratamento dessas pessoas permanece baixo. Segundo dados, por exemplo, há apenas cerca de 350 CAPS (Centros de tratamento a usuários de drogas) no país inteiro. Dessa forma, os baixos investimentos do Estado nessa área da saúde dificultam ainda mais a resolução do problema.   Além disso, o abandono familiar é outro fator que dificulta a situação. Segundo dados da UNIFESP, cerca de 30 milhões de brasileiros possuem algum parente dependente químico. Nesse ínterim, muitas famílias optam por internações forçadas dos familiares usuários de drogas, fato que, segundo especialistas, não é recomendado. Desse modo, muitos usuários, desprovidos de apoio familiar, abandonam a perspectiva da cura do vício e escolhem o mundo do crime para sobreviver.   É necessário, portanto, que o Estado, por meio do Ministério da Saúde, invista no tratamento de dependentes químicos, por meio da construção de clínicas especializadas e da capacitação de profissionais, objetivando a cura do vício e a reinserção dos usuários de drogas na sociedade. Além disso, ONGs poderiam criar campanhas nas mídias, em junção com a iniciativa privada, para o financiamento coletivo de ações sociais que incentivem o apoio familiar e a busca pelo tratamento aos dependentes químicos, em locais como a Cracolândia, por exemplo, para que o tratamento seja feito de fato, e essas pessoas sejam curadas, o que reduziria também os crimes motivados pelo vício nas drogas.