Enviada em: 31/10/2018

Na série de televisão americana "Breaking Bad", de Vince Gilligan, o personagem Jesse Pinkman sofre com a morte de sua jovem namorada Jane, a qual faleceu de overdose por praticar excessivamente o uso de drogas. Saindo da ficção, no Brasil contemporâneo, percebe-se que o uso de drogas é uma problemática persistente entre os canarinhos, seja pela insuficiência de políticas públicas, seja pelo crítico sistema de saúde brasileiro. Nessa perspectiva, esses desafios devem ser superados de imediato para que uma sociedade integrada seja alcançada.      De acordo com o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada a um “corpo biológico” por ser, assim como esse, composta por partes que interagem entre si. Analisando esse conceito atrelado a conjuntura atual, percebe-se, no Brasil, a existência de empecilhos para que esse organismo seja igualitário e coeso. A desigualdade social e o crescimento do tráfico de drogas e facções criminosas em regiões mais pobres, são alguns dos fatores que podem estar por traz do alto índice de dependentes químicos no país. Com isso, o número de pessoas internadas por uso de drogas tem crescido demasiadamente, haja vista que, em 2018, no Brasil, 53.530 mil pessoas foram hospitalizadas, segundo a Organização Mundial da Saúde.        Outrossim, é indubitável que a questão governamental esteja entre as causas do problema. Sancionada por Getúlio Vargas, em 1988, a Constituição Federal Brasileira garante a todos os indivíduos o direto à saúde, lazer e ao bem-estar social. No entanto, hodiernamente, verifica-se que apenas parcela da população desfruta desse direito na prática. A falta de estrutura nos postos de saúde e hospitais, a má gestão dos recursos públicos e a corrupção comprometem a qualidade dos serviços prestados, dificultando o acesso dos dependentes químicos à clínicas de reabilitação e comunidades terapêuticas, prejudicando a saúde pública e o ambiente familiar em que estão inseridos.        Infere-se, portanto, que o Ministério da Saúde promova a melhoria do sistema público de saúde, por meio de investimentos direcionados às unidades básicas e às campanhas de política antidrogas, com o objetivo de ampliar a cobertura nacional de prevenção as substâncias químicas, garantindo, assim, que todas as comunidades sejam contempladas, o número de usuários diminua e as famílias brasileiras possam viver em harmonia. Além disso, a Receita Federal deve utilizar uma parcela maior dos impostos arrecadados para a construção e manutenção de clínicas de reabilitação, com acompanhamento de psicólogos e psiquiatras aos usuários, para que aqueles que estão perdidos no mundo das drogas encontrem o caminho da saída. Por fim, o número de dependentes químicos diminuirá, a teoria de Durkheim será corrompida e a população viverá em consonância com a Carta Magna vigente.