Enviada em: 15/06/2018

A difusão do uso de drogas ilícitas é um dos maiores impasses sociais a serem enfrentados no Brasil, especialmente nas grandes cidades, onde o fenômeno é mais significativo. São várias as consequências desse problema que afetam tanto os usuários como a população em geral, dentre eles: maiores índices de criminalidade, aumento do número de moradores de rua e gastos públicos decorrentes dessa prática, sobretudo na saúde pública. Desse modo, é indispensável promover medidas de acolhimento dos indivíduos que sofrem dessa dependência, a fim de atenuar os danos advindos dessa prática para a sociedade em geral e ao Estado.   Para lidar com esse impasse no cenário atual, faz-se necessária o oferecimento de tratamento adequado para os que se encontram em estado de vício. O número de internações de pessoas internadas devido ao abuso de entorpecentes é alarmante e, de acordo com o Ministério da Saúde, foi de 53 mil pessoas no Brasil apenas no ano de 2013. Tal estatística revela, portanto, a imensa quantidade de vagas destinadas ao atendimento do dependente químico nos hospitais públicos, estes que, por sua vez, ficam sobrecarregados e, consequentemente, aumenta-se o problema da ineficiência da saúde em âmbito nacional, sobretudo no Sistema Unificado de Saúde (SUS).    Além disso, para promover a recuperação total do estado de vício, é fundamental criar medidas direcionadas a remoção definitiva dos usuários de drogas dessa situação. Para isso, é fundamental criar alternativas que viabilizem a reintegração dos indivíduos na sociedade, que os possibilitem trabalhar, estudar e terem uma vida digna. Por meio da percepção, pelos próprios dependentes químicos, das suas chances de superação, será mais fácil inverter esse grave quadro em torno do problema das substâncias ilícitas no Brasil.    Para enfrentar esse impasse, portanto, é essencial que as prefeituras municipais e governos estaduais criem, em seus abrigos públicos, programas educativos direcionados aos dependentes que os possibilitem, se for o caso, a reintegração e conclusão do ensino básico, além do oferecimento de empregos temporários em serviços públicos básicos, a fim de reinseri-los no mercado de trabalho. A partir dessas ações, será possível a retirada desses indivíduos da posição de marginalidade e, consequentemente, sua volta como parte agregadora na sociedade.