Em meio à vasta literatura brasileira, o Romantismo Indianista foi uma tendencia que ressaltou o nacionalismo, valorizando aspectos do país. José de Alencar, o principal escritor dessa corrente, representava o Brasil, por vezes, como um país ideal para se viver. Entretanto, quando se analisa os desafios para o tratamento de dependentes químicos, percebe-se que a visão dessa tradição literária é distante da realidade. Nesse âmbito, dois fatores são preponderantes: a incompreensão popular e a carência dos meios de tratamento. Diante desse cenário, pode-se considerar o pensamento do filósofo grego Platão, que afirmou, através do seu Mito da Caverna, que só é possível compreender a realidade quando nos libertamos das influências sociais e culturais. Nesse viés, fica claro que os preconceitos contra usuários de drogas contribui para a dificuldade da missão de tratá-los, e isso reverbera significativamente nos índices de pobreza e violência do país, uma vez que, essas pessoas talvez não tenham outra via de sobrevivência. Ademais, as entidades que acolhem os dependentes químicos, chamadas comunidades terapêuticas, carecem de investimentos necessário para realizar um tratamento eficiente. Esse investimento precisa ser feito pois, como indicam os dados do Ministério da Saúde, o número de internações pelo uso de drogas ultrapassou os 70.000 em 2012. Tais internações geram muito gasto ao sistema de saúde. Portanto, a falta de investimentos no tratamento de dependentes químicos prejudica fortemente outras áreas. Sendo assim, com o intuito de solucionar a questão supracitada, evidencia-se a necessidade de implementação de campanhas a nível nacional, promovidas pelo Governo Federal, que promovam a conscientização sobre a importância do tratamento dos dependentes químicos. Tais campanhas devem ser propagadas pela mídia, que influenciam muito a população, com cartazes colocados em áreas movimentadas, e com o apoio da escola, com projetos dos educadores. Assim, talvez, o sonho dos românticos para o Brasil se torne real.