Enviada em: 08/08/2018

No Céu da Pátria             Os autores da segunda geração do romantismo brasileiro, conhecidos como ultrarromânticos, geralmente apresentavam características em comum, como os vícios. Nesse sentido, sabe-se que quase 200 anos depois, esse problema persiste no corpo social verde e amarelo, seja pelo individualismo moderno, seja pela exclusão de indivíduos em atividades sociais. Seguindo essa perspectiva, é válido refletir acerca dessas causas.              Se no romantismo os poetas ficavam entristecidos pela distância entre eles e seus afetos, no panorama moderno a situação pouco se altera. No livro ‘’Modernidade Líquida’’, de Zygmunt Bauman, o filósofo descreve as relações atuais como ‘’líquidas’’, fragilizadas, que produzem um distanciamento entre as pessoas, gerando falta de empatia. Diante disso, as pessoas se aproximam pouco de seus semelhantes, substituindo esse convívio por relações profundas e contínuas com substâncias que as fazem fugir dessa realidade.             Vale salientar ainda, que a falta de participação em atividades coletivas como emprego, lazer e cultura agravam essa situação. A título de exemplificação, sabe-se que em centros de reabilitação, os pacientes são designados a cumprir funções específicas dentro das instalações como limpar a piscina, regar as plantas e cozinhar, processos fundamentais para recuperação pois reinserem a pessoa ao coletivo, segundo psicólogos. Dessa forma, fica nítido que problemas como desemprego, falta de acesso à cultura, lazer e esportes contribuem significativamente para o aumento dos casos de compulsão.             Parafraseando o filósofo Cortella, quando se pode, ajudar não é uma escolha civil, mas um dever moral. Partindo dessa égide, pode-se afirmar que a fim de melhorar o quadro atual, é condição ‘’sine qua non’’ que a Iniciativa Privada, por meio de financiamentos, passe a auxiliar e criar Ong’s destinadas ao tratamento dos viciados, processo que poderia se dar com a especialização do assistido dentro das instalações para posteriormente servir como mão de obra na própria empresa, com a finalidade de reintegrar totalmente o indivíduo. Ademais, o Ministério da Educação, por meio de palestras e campanhas publicitárias, deve incentivar o coletivismo no país, o que culminaria em um ambiente mais receptivo e consequentemente em menos necessidade de fuga da realidade. Com tais medidas, brilhará no céu da pátria, um futuro com mais cidadania, assim como na canção nacional.