Enviada em: 15/06/2019

A mineração, extração de substâncias minerais a partir de depósitos ou massas minerais, é uma atividade muito comum no Brasil, desde a época da colonização. Esse tipo de serviço proporciona inúmeros benefícios econômicos para o país, tais como a geração de empregos diretos e o fornecimento de matérias-primas para indústrias siderúrgicas, metalúrgicas e petroquímicas. No entanto, só no estado de Minas Gerais já foram registrados dois acidentes envolvendo mineradoras, na última década. Tais acidentes tem por característica a geração de consequências econômicas, socio-culturais, sanitárias e ambientais.        Em primeiro lugar, é notável a dimensão do prejuízo econômico causado por esses acidentes (considerados por muitos como crime ambiental). Em Brumadinho, por exemplo, além das inúmeras pessoas mortas ou desaparecidas, cerca de 138 pessoas ficaram desabrigadas, de acordo com boletim da Defesa Civil de Minas Gerais. Embora a mineradora tenha custeado a hospedagem dessas pessoas, a falta de abrigo é só um dos diversos problemas que esses cidadãos tem enfrentado. Junto com a casa os moradores perderam seus móveis, seus veículos, suas roupas e estão tendo que recomeçar sua vida (em algumas situações sem emprego, inclusive).        Além disso, esses acontecimentos forçam os sobreviventes a deixarem o local onde vivem e mantém suas relações sociais e culturais. Com a mudança eles tem que frequentar outras igrejas, lojas comerciais, praças ou cinemas diferentes dos quais eram acostumados a frequentar. Essas pessoas acabam deixando, além de inúmeros familiares e conhecidos mortos ou desaparecidos, lembranças materiais como fotos, livros e objetos pessoais de valor emocional que dificilmente serão recuperados.      Por fim, esses acidentes geram também problemas sanitários e ambientais, tais como a contaminação de solos e rios e sua erosão, a destruição de biomas e a morte de inúmeros animais, diminuindo a biodiversidade no local. Além disso, cresce a possibilidade de reprodução de mosquitos transmissores de doenças, como o Aedes Aegypti, que pode aumentar os casos de dengue na região.         Portanto, os desastres envolvendo mineradoras são assuntos que demandam mais diálogo, devido à gravidade das consequências que eles podem ocasionar. Cabe então ao Estado investir na intensificação da fiscalização dessas empresas através de equipes multiprofissionais compostas por especialistas de diversos âmbitos, como engenheiros, biólogos e geólogos, com controle rígido quanto à segurança das instalações. Dessa forma será possível garantir que a fiscalização seja mais efetiva e o controle seja feito de forma mais rigorosa. Assim, evita-se que novos desastres aconteçam e, consequentemente, menos vidas sejam perdidas.