Enviada em: 23/09/2019

Para o filósofo Immanuel Kant, ao julgar o caráter de um indivíduo, pode-se levar em consideração a maneira como ele trata a natureza. Nesse contexto, fica claro que o desastre em Brumadinho foi um crime ambiental devido ao descaso com os seres vivos residentes do local, e pela impunidade que ocorre na justiça com a mineradora envolvida.       Primeiramente, é visto que os órgãos dos serviços privados incluídos na construção e manutenção do açude, preocupam-se, em sua maioria, com seus lucros, deixando de considerar a eficácia do seu trabalho. Nesse sentido, a tragédia de Brumadinho aconteceu por causa do descaso da mineradora responsável que não atentou-se com a segurança da sua barragem. A problemática é efetivada pelo relato do Ministério Público de Minas Gerais, que encontrou documentos internos afirmando a classificação da represa como em estado de atenção, ou seja, mesmo com o conhecimento do risco, nenhuma ação foi movida para reverter a situação.       Ademais, a falha na punição das empresas envolvidas também é um dos motivos para que o crime ocorresse. Em 2015, quatro anos antes do acidente em Brumadinho, houve o rompimento da barragem em Mariana, em Minas Gerais. O ocorrido efetiva a impunidade da justiça em relação aos impactos ambientais, visto que o mesmo acontecimento repetiu-se e não houve penalidade justa para a mineradora. Por isso, há a necessidade das entidades governamentais de ajustarem o problema e evitar que mais casos como esse aconteçam de novo e causem problemas ainda maiores para a população que reside no local.       Portanto, indubitavelmente, é mister que o Estado tome providências que amenizem o quadro atual. Para melhorar as consequências relacionadas aos crimes ambientais, urge que o Supremo Tribunal Federal, puna, corretamente, os responsáveis pela construção e manutenção falha da barragem. A punição deverá ser de mandatos de prisão e multas em valores que paguem pela correção da barragem, e que supram as vítimas do ocorrido. Com isso, ficará claro o caráter do indivíduo pela forma como ele trata a natureza, como propôs Immanuel Kant.