Enviada em: 30/04/2018

No filme "Sete Vidas", a fim de encontrar a redenção, o protagonista Ben Thomas se suicida para salvar a vida de sete pessoas, doando alguns de seus órgãos a eles. Todavia, fora das telas, a realidade nem sempre é a mesma, visto que a família é a responsável pelo destino final dos órgãos da pessoa falecida. Assim, a falta de conhecimento sobre o assunto fazem com que muitos familiares se recusem a autorizarem as doações e a salvarem a vida do próximo, tornando-se imprescindíveis mudanças para resolver o problema.   É indubitável que a doação de órgãos é uma questão de cidadania. Segundo o escritor Franz Kafka, a solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana. Logo, seguindo essa linha de pensamento, nota-se que um simples gesto de solidariedade pode salvar a vida de milhares de pessoas que aguardam na fila a espera por um órgão, evitando a dor de outras famílias e, destarte, garantindo um direito de todo cidadão assegurado pela Constituição de 1988: o direito à vida.   Contudo, a problemática está distante de chegar a um desdobramento final. Consoante a Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO), 43% das famílias dos pacientes que tem morte encefálica não autorizam a doação. Dessarte, percebe-se que o assunto ainda é um tabu na sociedade, pois embora as doações cresceram nos últimos anos, ainda é grande o número de recusas, em virtude ao pouco conhecimento no que tange a morte cerebral.   Fica evidente, portanto, que as doações de órgãos embora seja fundamental para a garantir o direito à vida, em razão da falta de conhecimento sobre o assunto, fazem com que muitas famílias se recusem a autorizar as doações, tornando-se necessárias medidas para resolver o impasse. Diante disso, como forma de resolver o problema, cabe ao Ministério da Saúde, em parceria com a mídia, democratizar o conhecimento sobre a morte encefálica, por meio da divulgação diariamente de campanhas educativas em propagandas durante os horários comerciais. Com isso, as pessoas compreenderão o que é a morte cerebral e, outrossim, serão estimuladas a doarem os órgãos dos seus familiares falecidos. Dessa forma, o assunto deixará de ser um tabu na sociedade e em um período de curto a médio prazo as doações de órgãos vão aumentar gradativamente e, por conseguinte, muitas vidas serão salvas, assegurando assim o direito à cidadania.