Enviada em: 25/04/2017

A doação de órgãos traduz-se em um gesto de suprema solidariedade capaz de salvar diversas vidas. Dada a sua importância, necessárias se fazem não só a implementação de campanhas voltadas para exposição dos benefícios dos transplantes, como também uma análise realista acerca do comércio ilegal de órgãos como forma de dirimir suas consequências e incentivar doações regulamentadas.    Dentro desse contexto, não há dúvidas que a consciência quanto aos benefícios proporcionados ao receptor estimule o crescimento de doadores. Nesse sentido, campanhas que retratem o vigor de um jovem como novos pulmões ou a oportunidade dada a uma criança de enxergar o mundo novamente aliado ao esclarecimento quanto ao procedimento de um transplante impulsionam uma maior solidariedade que contribui para o renascimento de milhares de pessoas. Sendo assim, a visibilidade dos impactos positivos no gesto de doar órgãos funciona como propulsora de uma cultura de generosidade instituída em prol da vida.     De outro lado, a disposição ilegal de órgãos em vida vem crescendo drasticamente e trazendo graves consequências àquele que se submete a esse procedimento em clínicas clandestinas. É certo que as cirurgias de transplantes, quando irregulares, são feitas sem o mínimo cuidado higiênico e sem o acompanhamento médico adequado, dando origem a doenças e, não raras vezes, a morte do paciente. Logo, tendo em vista os malefícios da venda ilegal de órgãos em vida, mister se faz a ponderação quanto a regulamentação de tal prática no que diz respeito a certos órgãos de forma a minimizar as consequências dessa incessante realidade.    Por todo exposto, verifica-se que a doação de órgãos é um ato sublime de amor que merece ser incentivado de modo a se tornar rotineiro em nossa sociedade. Portanto, cabe ao poder público o investimento em campanhas solidárias que mensurem a importância desse gesto, bem como o debate sobre a implementação de normas para venda de órgãos durante a vida como meio proteger as vítimas do tráfico e combater o comércio ilegal.