Enviada em: 22/06/2017

Não é difícil de lembrar campanhas publicitárias, veiculadas nas últimas décadas, que tinham como objetivo incentivar a doação de órgãos. Essa imagem tornou-se frequente, visto que vivemos em uma sociedade em que a prática ainda não é encarada com naturalidade, seja pela falta de empatia com o próximo ou por questões religiosas.       Um dos tópicos que devem sem abordados é a incapacidade dos indivíduos se colocarem no lugar do próximo. Na 2ª Guerra Mundial ocorreram importantes avanços medicinais, entre eles, alguns propiciaram o desenvolvimento da técnica de transplantes. Após várias décadas, os transplantes de órgãos tem sido responsável  por salvar a vida de inúmeras pessoas, embora esse número ainda seja pequeno se for observado o potencial de doações. Grande parte da população mesmo que seja doadora não deixa pré-estabelecido, antes de falecer, o que deve ser feito com seu corpo, cabendo a família decidir. Nesse momento os familiares geralmente comovidos acabam negando a retirada dos órgãos, esquecendo da situação de quem permanece anos nas filas de doadores.     Ademais, não há dúvidas que algumas religiões demonstrem ser contrárias a doação de órgãos. Na idade média, por exemplo, a Igreja Católica pregava que o indivíduo deveria ser enterrado intacto, pois no dia do juízo final os mortos levantariam. Ainda que tenha passado alguns séculos do período mencionado, algumas religiões ainda condenam a doação de órgãos, seja pelos mesmos motivos ou por novos. Em muitas dessas organizações a morte é vista como um processo de transição entre dimensões, logo vêm a retirada de órgãos como um ato que vá agredir ao corpo e alma, podendo interferir no destino espiritual do indivíduo.       Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. Primeiramente, o Ministério da Saúde deve promover campanhas midiáticas,  com pessoas  que tiveram suas vidas salvas por transplantes, incentivando aos indivíduos doadores deixarem por escrito sua vontade. Dando continuidade, deve haver uma equipe de apoio psicológico para as famílias, em hospitais, buscando sensibilizar essas pessoas da importância da doação de órgãos. E por fim, as questões religiosas devem ser respeitadas, mesmo sendo um empecilho para o crescimento do número de transplantes, pois não há como impor novo preceitos à uma pessoa. Assim a quantidade de vida salvas por transplantes de órgãos será cada vez maior.