Doa-se vida Em 1954 foi realizado o primeiro transplante no Brasil, a doação de córneas possibilitou uma nova vida para alguém. Desde então, a evolução desse processo trouxe consigo melhorias técnicas e maior segurança. No entanto, a falta de uma conscientização maior da população funciona como um empecilho às vidas que podem ser salvas. Isso ocorre devido ao desinteresse governamental em informar e à postura da sociedade perante à essa questão. É inegável que a questão governamental é fundamental para solucionar os dilemas da doação de órgãos. Para Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado. Analogamente, observa-se como a falta de informações acerca do tema, concedidas pelo Governo, se apresentam como uma brecha que rompe com o equilíbrio aristotélico, uma vez que –desinformada- a população teme o desconhecido e cria um pré-conceito acerca da doação. Desse modo, nota-se como a falta de esforço para difundir essa prática representa um empecilho para salvar diversas vidas. Outrossim, a sociedade possui posturas gananciosas que contribuem para este dilema. Segundo Thomas Hobbes, o homem é o lobo do próprio homem. Nesse contexto, nota-se como o individualismo e a ganancia estão presentes no mundo atual e afetam vidas, como por exemplo o mercado negro de órgãos, o qual pessoas vendem partes do corpo por valores altos e praticam –ilegalmente- a comercialização de vidas. Como resultado, filas para transplantes aumentam e diversas pessoas morrem devido à falta de solidariedade. Entende-se, portanto, que embora seja um ato de grandiosidade e respeito à vida, a doação de órgãos carece de medidas concretas para combater seus dilemas. Para tanto, é preciso que o Governo Federal em parceria com o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira de Transplantes crie campanhas que promovam palestras ao longo do país explicando como a ação de doar um órgão pode salvar uma vida, como são feitos os procedimentos e seus resultados, afim de esclarecer as dúvidas da população. Dessa forma, será possível unir esforço, comprometimento e solidariedade para fazer a maior doação de todas, o amor ao próximo.