Enviada em: 31/10/2017

Goethe, escritor alemão, disse que só é feliz aquele que doa. No entanto, o Brasil, considerado pela ONU o 22° país mais feliz do mundo, ainda deixa a desejar no quesito doação de orgãos: apesar do crescimento no número de transplantes, de acordo com o Ministério da Saúde, quase metade das famílias recusam autorizar o procedimento. Diante desse cenário, faz-se necessário o debate dos dliemas da doação de orgãos no país para a construção de uma sociedade mais humana e solidária.       No início do século XX, pela falta de instrução da população, ocorreu no Rio de Janeiro a chamada Revolta da Vacina, uma rebelião popular causada por campanhas de vacinação obrigatórias. Contudo, mais de um século depois, a falta de informação ainda surge como um empecílho para um melhor aproveitamento dos orgãos no Brasil: segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, a falta de conhecimento é uma barreira para a doação de orgãos. Assim, diversas pessoas continuam com a saúde comprometida, vítimas do mal que acomete há anos a sociedade brasileira, o desconhecimento.         Segundo o Ministério da Saúde, os custos de um ano de tratamento renal são equivalentes ao de um transplante de rim e o tempo médio de espera é de 18 meses. Dessa maneira, uma aumento no número de transplantes e a consequente diminuição do tempo de espera por um orgão é, também, uma questão de saúde financeira. A doação de orgãos, portanto, tem o potencial de salvar inúmeras vidas: enão só as pessoas que recebem o transplante: uma redução nos gastos devido ao elevado tempo de espera pode ajudar a liberar recursos para outras áreas da Saúde Pública.        A fim de atenuar o problema, deve-se incentivar e esclarecer o processo de doação de órgãos no Brasil. Para tal, o Ministério da Saúde dever realizar, em igrejas, escolas e universidades, seminários e debates interativos, ministrados por profissionais da saúde, apresentando casos reais de pessoas que aguardam por transplantes. Além disso, deve-se criar campanhas publicitárias, que podem ser difundidas através das mídias sociais, com o objetivo de conscientizar a população a respeito da importância dos transplante. Por fim, mais formulários de adesão a doação de orgãos devem ser disponibilizados as pessoas, em consultas de rotina ou na assinatura de um plano de saúde, por exemplo. Assim, espera-se que o Brasil reduza os custos causados demora nos transplantes de orgãos e dê um passo importante na democratização da Saúde Pública.