Enviada em: 09/04/2018

A doação de órgãos é um tema polêmico e tem despertado discussões em diversas sociedades. A carência de informação, falta de programas contínuos voltados à conscientização da população e o estímulo à captação de órgãos contribuem para nutrir dúvidas e enraizar mitos e preconceitos. Possivelmente, esse motivos levam à redução do número de doadores, estendendo o sofrimento de pessoas que dependem da doação, condenando-os a ficar na lista de espera por longo tempo. Em 1997, os transplantes foram regulamentados pela Lei nº 9434. E em 2001, ela sofreu algumas mudanças, estabelecendo o Registro Nacional de Doadores. Porém, há dificuldades no processo de doação como a recusa por parte da família do ente falecido devido a falta de esclarecimento sobre o assunto, medo da reação e de embates com o resto da família, suspeita de corrupção e do comércio ilegal de órgãos, desconfiança quanto às informações transmitidas pelo médico, falta de diálogo entre o potencial doador em vida com a família deixando claro o seu desejo de doação para que, no momento propício a família autorize o procedimento. Para minimizar essa problemática, é preciso pensar como Miguel de Cervantes: "onde intervêm o favor e as doações, abatem-se os obstáculos e desfazem-se as dificuldades." Pois, uma vez o tema sendo debatido em vida com a família, e essa por sua vez, entendendo e aceitando a vontade de seu ente querido em ser um doador, aumentará consideravelmente o número de doadores e diminuirá a fila de espera e o sofrimento de quem aguarda por um órgão na esperança de sobreviver. Para incentivar a doação é preciso que o Governo informe a população através dos meios de comunicação a respeito do assunto, campanhas sejam difundidas pelo país por meio do Ministério da Saúde junto às prefeituras utilizando as Unidades de Saúde e seus profissionais para esclarecer quaisquer dúvidas das pessoas, para que com uma população empoderada de conhecimento, na hora da abordagem após o óbito, a adesão a adoção seja imediata, reduzindo os óbitos por falta de doadores.