Enviada em: 08/08/2017

Quanto vale uma vida?       O acesso a uma saúde de qualidade é um direito de todos, assegurado pela Lei Maior de 1988, no art 196. A Constituição garante um atendimento irrestrito, igualitário e equitativo, através do Sistema Único de Saúde, o SUS. Mas a falta de leitos, vagas, profissionais, e longas filas de espera figuram o quadro atual desse serviço, que existe há 29 anos, e não cumpre com seu plano inicial: assegurar um serviço de competência.       Desde os tempos da colonização brasileira a saúde nunca foi priorizada. A criação das primeiras universidades de medicina só foi possível devido a vinda da Família Real para o Brasil. Uma vez que, em 1789 somente quatro médicos atuavam no estado do Rio de Janeiro, fato reportado por Pedro Salles no livro "História da medicina no Brasil". Semelhantemente, a situação ainda é caótica, agravada pela má distribuição de profissionais pelo território, baixos salários, precariedade em equipamentos, mau uso dos recursos públicos e falta de financiamento público. De acordo com o Tribunal de Contas da União, o TCU, 64% dos hospitais estão sempre com superlotação, apenas 6% nunca estão cheios. Em suma, o sistema carece de engajamento governamental, o SUS recebe somente 6,8% do orçamento público, enquanto a média mundial é de 11,7%, dados da Organização Mundial de Saúde.       Paralelamente, em um levantamento realizado por um portal americano - Bloomberg - o Brasil é o pior país, entre os 48 listados, em eficiência dos serviços de saúde. Mesmo que o SUS seja um órgão elogiado pela ONU por suas inovações no âmbito mundial, difere entre a teoria e a prática, situação vista diariamente através dos sistemas televisivos, que de forma sensacionalista apontam o descaso com o atendimento público. Em contrapartida, programas como o "Mais médicos" e "Saúde da família" têm como objetivo levar informação e precaução para pessoas de baixa renda, evitando assim a proliferação de doenças, gravidez na adolescência, e fornecendo uma esperança de vida com qualidade.       Desta maneira, é importante a atuação do governo frente a populações não alcançadas, fornecendo um ambiente propício para o atendimento médico, valorizando os profissionais nacionais - proibindo a oferta de salários irrisórios para a classe -, ampliando de maneira mais efetiva o SUS, com a criação de novos leitos, equipando os hospitais e melhorando o atendimento ambulatorial nos bairros, para evitar a superlotação. Analogamente a isso, a mídia deve agir influenciando a população para buscar atendimento em postos de saúde, na mudança de hábitos alimentares, e incentivar a prática de exercícios físicos, contribuindo para a diminuição na taxa de doenças sedentárias.