Enviada em: 27/06/2018

O véu do silêncio        Ao refletir sobre a situação do idoso, é plausível destacar que com a Revolução Industrial, ocorreu uma inversão de valores, em vez de sabedoria, passa-se a julgar o homem pela sua capacidade de produção. Deixando o idoso às margens da sociedade e vítima de abandono por uma população consumista e imediatista, na qual as pessoas "não possuem tempo" para designar um olhar aos de idade avançada, subtraindo seus direitos e deixando carente de qualidade de vida.       Nessa reflexão, constata-se segundo a teoria de Karl Marx - materialismo histórico, a economia molda as relações sociais, esse reflexo atinge os idosos, os quais não são prioridades no mundo capitalista. Além disso, cabe avaliar a questão cultural, já que muitos filhos entendem que, depois de casar e procriar, as atenções devem apenas se voltar para a família a qual constituíram. Protagonizado as vezes pelos próprios familiares do idoso, lança-se um olhar de incômodo, acabando por maltratá-lo ou abandoná-lo, como denunciado no filme "A velha verdade", retratando a realidade dessa violência oculta, sinalizando o descaso vivenciado por esse grupo social, que tem sua autonomia ferida, logo, isso denigre a cidadania e os direitos humanos de qualquer indivíduo       Cabe avaliar nesta discussão, o abandono por parte do Estado, apesar da criação de políticas públicas voltadas para essa camada da população, como o Estatuto do Idoso, instituído em 2002, a velocidade do envelhecimento tem superado a implementação de ações para oferecer melhores condições de vida à terceira idade. Relativamente aos atos de desrespeito, violência psicológica e descaso, consoante com a pesquisa do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais, constata-se que  cerca de 650 mil idosos são agredidos a cada ano no Brasil, um abuso que traduz a carência de reconhecimento social e político relativo a essa camada da sociedade.        Frente a essa problemática, urge, através das escolas, introduzir formas de educação com foco na importância dos idosos para a população, fortalecendo assim, seus direitos. O Estado deve criar formas eficazes de denúncias, além de aumentar o número de delegacias especializadas e ouvidorias, favorecendo, uma maior intensidade de deleções. Outra medida importante é a criação de campanhas, como a "vizinhança solidária", criada pela Delegacia Especial de Atendimento ao idoso em Salvador, afim de incentivar queixas de vizinhos em casos de maus tratos. Junto a isso, é importante usar o poder de disseminação da mídia, promovendo campanhas de conscientização e divulgação dos direitos dos idosos, podendo instituir debates sobre o tema, retirando assim o véu do silêncio.