Enviada em: 14/09/2017

Durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, foi aprovado o Estatuto do Idoso, o qual garante direitos da terceira idade - como a preferência nas unidades de saúde e nos transportes públicos. No entanto, por mais que haja este código de leis, ainda persistem problemáticas no que tange à valorização deste contingente - seja por obstáculos de cunho social e político, seja pelo dilema do sistema previdenciário no país. Logo, é preciso mediar este cenário, para que haja o asseguramento de tais premissas legislativas.     É indubitável que a sociedade e o Estado possuem clara parcialidade nas adversidades relacionadas aos direitos dos idosos. No viés social, pode-se visualizar uma carência de atenciosidade por parte da família, a qual, estando em um momento histórico caracterizado pela efemeridade das relações interpessoais - como defendeu Zygmunt Bauman -, por vezes relativiza os cuidados necessários - como atenção, afeto e convívio social - dos idosos familiares pelo cotidiano acelerado e intenso. O governo, por sua vez, descumpre a garantia dos direitos sociais em um panorama de precariedade de transportes públicos - o que compromete a circulação do contingente da terceira idade; e de carência de investimentos em serviços, como o de saúde. Por conseguinte, torna-se árduo um envelhecimento sem as bases imprescindíveis das instituições mencionadas.     Ademais, este dilema não se limita ao contexto atual. Hodiernamente, é questionada a forma como os direitos serão garantidos com as demandas da previdência social cada vez maiores. Isso é verossímil pois, tendo em vista um aumento da longevidade de vida e uma minimização da taxa de natalidade, é factível afirmar que, em um cenário futuro, a sustentação das aposentadorias ficar-se-á cada vez mais difícil, fato que implica a saúde (pelos altos preços de remédios) e o bem-estar desta população. Não obstante, constrói-se uma cadeia de complicações - ora pelo comprometimento dos direitos sociais, ora pelo obstáculo em assegurar este direito trabalhista no país.    Torna-se premente, portanto, que deva haver intervenções para validar as prerrogativas do Estatuto do Idoso. Para tal fim, os órgãos governamentais devem, além de reformarem a previdência de forma eficiente, destinar verbas, arrecadadas de impostos, para projetos sociais como melhorias no transporte público - aumentando-os de forma quantitativa e qualitativa -, e na saúde, criando um sistema de gestão mais habilitado para os idosos, com o intuito de contribuir com seu papel social. As instituições de ensino, berço das ideologias, devem valorizar, nas aulas de Sociologia, a importância de possuir mentalidades mais solidárias com o contingente da terceira idade, realizando palestras e debates e contribuindo para os direitos dos idosos serem reconhecidos no território nacional.