Enviada em: 24/01/2019

De acordo com Zygmunt Bauman, sociólogo falecido em janeiro de 2017, a velocidade é a principal marca dos dias de hoje. Nesse sentido, a rapidez que caracteriza a pós modernidade afeta negativamente diversos aspectos da vida cotidiana, dentre eles, a relação da sociedade com a efetivação e aplicabilidade dos Direitos Humanos. Um grave reflexo dessa conjuntura, é a ignorância da sociedade sobre as prerrogativas fundamentais do cidadão, bem como o seu individualismo. Logo, é imperativo que o poder público e a sociedade se unam para enfrentar esse problema.        É notório que o desconhecimento acerca da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) prejudica a sua consolidação. Nesse contexto, a proteção e o entendimento desses direitos é absolutamente importante para que o homem seja afirmado como um ser edificador do local onde se vive, independentemente de classe econômica, gênero ou cor da pele, haja vista que as diversidades culturais e interpessoais devem ser valorizadas como atributos do enriquecimento nacional e não como fatores de segregação. Seguindo essa ótica, de acordo com a ONU, estima-se que 40% dos brasileiros não conhece a função e os artigos desse documento, o que, por consequência, estimula a negligência e a desvalorização da DUDH.      Outrossim, o individualismo humano contribui, também, para esse problema. Nesse viés, a dificuldade de enxergar a “sociedade invisível”, minorias raciais, econômicas ou sociais, e reconhece-los como detentores de determinadas garantias deve-se ao fato do egoísmo prevalecer no mundo atual, uma vez que a solidariedade e o altruísmo são sentimentos cada vez mais raros nas pessoas. Assim, seguindo a lógica Hobbesiana, acreditar que “o homem é o lobo do homem” aceleraria, ainda mais, o processo de desumanização atual, em que catástrofes, intolerância religiosa, racismo e xenofobia são axiologias presentes diariamente no atual contexto global.      O conhecimento dos Direitos Humanos aliado a solidariedade das pessoas são, portanto, os caminhos que devem ser trilhados pela sociedade brasileira objetivando um importante passo na evolução do Brasil. Para tanto, o Ministério da Educação deve, em parceria com a ONU, acrescentar à grade curricular escolar o estudo da DUDH, por meio de projetos pedagógicos, gincanas educativas palestras e debates, para que os alunos conheçam esse documento, analisando, estudando e aplicando os artigos no cotidiano. Ademais, é imprescindível que o Governo Federal juntamente com o Ministério da Cultura criem programas de engajamento sociocultural, como o Dia da Fraternidade, para promover sentimentos solidários na população, incentivando reflexões sobre os Direitos Humanos. Afinal, como para Platão, "o importante não é viver, mas é viver bem".