De um lado, pessoas que acham ter o direito de usar elementos de outras culturas. Do outro, população negra buscando preservar seus símbolos de luta. Esse é o paradoxo que vive hoje o Brasil. Nesta perspectiva, recomenda-se cautela quando se trata de um tema tão polêmico. Primeiramente, é importante destacar que grande parte da população branca e parda brasileira acredita que tem a liberdade de utilizar artefatos de outras culturas que estão presente em seu país. Isso é devido a miscigenação do Brasil, que faz com que ele possua uma identidade cultural variada. Um bom exemplo é o caso da cantora Anitta, que publicou foto com dreads nas redes sociais e foi acusada de apropriação cultural, no entanto, ela respondeu aos internautas "Somos um país miscigenado". É essencial enfatizar ainda, que a população negra vem tentando resguardar os elementos da sua cultura, principalmente os de resistência e luta, não permitindo que outras pessoas utilizem deles para consumo ou estética. Tal fato acontece porque quando um objeto cultural é usado pela indústria e abandona seu valor simbólico, como a maioria das vezes acontecem, acaba sendo banalizado e desrespeitado. Pode ser percebido, por exemplo, com a capoeira que era luta e passou a ser dança; Iemanjá que virou estátua branca, em várias praias brasileiras, e os turbantes que se tornaram mais uma peça entre os vários acessórios de moda. Percebe-se, portanto, que a apropriação cultural deve ser enfrentada e erradicada, antes que os objetos culturais percam seus valores simbólicos. As secretarias de cultura podem desenvolver atividades nas escolas, por meio de oficinas, palestras e peças teatrais, sobre os elementos socioculturais, seus significados, bem como o processo histórico das variadas culturas e sua importância. Além disso, o Ministério da cultura deve impedir que a indústria utilize elementos culturais visando o lucro, acrescentando um artigo referente a isso, na Política Nacional da Cultura Viva. Assim, o significado dos símbolos Afro-brasileiro será preservado.