Enviada em: 20/05/2018

Para os Estoicistas, na Grécia antiga, não se deve lutar contra o que não se pode mudar. Por outro lado, na teoria empírica a posteriori de Kant , é o pensamento progressivo na busca de um ideal que nos leva a questionar e buscar mudanças. Nesse sentido, as modificações perpassam, invariavelmente, pela quebra de uma visão utilitária de apropriação cultural, não observando o seu legado e a sua importância na resistência social de um determinado povo.    É preciso considerar, antes de tudo, que a cultura é o que designa a identidade de uma comunidade. Nessa perspectiva, segundo o antropólogo Roberto da Matta, as culturas, nesse mundo globalizado, são constantemente influenciadas, aponto de que existem termos, como, por exemplo, aldeia global. Todavia, muitos costumes são símbolos de resistência à opressão, seja no uso de trajes, na culinária ou mesmo na religião, e se opõem a essa simbiose entre saberes. Isso porque os costumes  desses povos têm uma ligação intrínseca com os saberes de seus antepassados e fogem de uma ideia de cultura voltada para o mercado capitalista. Com isso, compreender os laços que um símbolo representa para uma determinado povo é um ponto importante para que não haja choques culturais.    Outrossim, é preciso ressaltar que a cultura não é algo estático. Sim, ela sofre modificações com o tempo, mas a sua aura, isto é, os seus princípios, não são modificados. isso porque a própria dinamicidade  do mundo contemporâneo designa a sociedade a mudanças de hábitos e pensamentos. Mesmo se tratando de algo que sofre modificações no decorrer do tempo, muitas culturas tem as suas particularidades, que tendem a designar a vivência, constituindo princípios que regem uma comunidade, tribo ou clã. Dessa forma, muitas dessas comunidades sofreram com preconceitos e cativeiros, e vêem nos seus princípios, advindos da sua cultura, possibilidades de questionamentos e reivindicações de convivência mais harmoniosa. Logo, aderir símbolos de determinadas culturas sem saber o que representam tende, invariavelmente, a menosprezar o seu real significado.    Urge, portanto, a proeminência de medidas para esse revés. Para tanto, cabe à mídia cumprir com a sua função social e, mediante filmes, propagandas publicitárias e novelas que discorrem sobre aspetos culturais de determinados povos, trabalhar os significados das simbologias, vestimentas e tradições que compõe uma determinada comunidade, a fim de que os seus reais significados não seja associados a valores superficiais da atualidade. Além disso, cabe à escola e às ONGs, juntas, trabalharem, por meio de palestras, projetos e discussões, a importância do conhecimento às diferentes culturas e a necessidade de respeitar traços particulares de determinados saberes. Assim, haverá a quebra de um pensamento chafurdado na ideia inatista de impossibilidade de mudanças.