Enviada em: 25/05/2018

Em julho de 2017, a atriz Isabela Santoni causou polêmica em suas redes sociais ao publicar um foto onde adota o uso de trancinhas, um elemento da cultura negra. Este foi apenas um dos muitos casos de apropriação cultural que ocorreram durante os últimos anos, famosos como Anitta, Demi Lovato e até mesmo a cantora de axé Daniela Mercury foram alvo de críticas.         É importante entender que apropriação cultural vai muito além do uso de elementos de outra cultura como forma de diversão, moda ou entreterimento, este problema é consequente de um sistema problemático, da marginalização, de um problema estrutural que coloca povos dominando outros povos a ponto de não enxergar a maldade e ofensa nessas atitudes.       Este tipo de ações pejorativas não ocorrem somente com a cultura negra, a discussão sobre o uso de fantasias de índio durante o carnaval entrou em pauta durante a comemoração do ano de 2018 muitas pessoas foram criticas pelo insistência em usar um elemento de uma cultura tão desvalorizada como merda fantasia.         Vivemos numa sociedade capitalista, capaz de tornar cada gota de originalidade em lucro. Um sistema que tira a importância e coloca um preço em acontecimentos e memórias. O lucro se torna mais importante que o significado. Empresas comercializam culturas, religiões e símbolos de resistência como se fossem utensílios.         É claro que deve haver o respeito à liberdade independente da cultura ou etnia, todos devem ter a liberdade de escolha entre aqueles que querem usar e podem usar porém é necessário saber o limite entre a liberdade e ofensa, ter empatia e entender a luta por traz dessas peças.