A apropriação cultural na sociedade brasileira é um problema muito presente. Isso deve ser enfrentado, uma vez que, diariamente, negros são vítimas dessa prática. Neste sentido, dois aspectos tornam-se importantes: o legado histórico-cultural do preconceito no Brasil e a apropriação cultural dos povos caucasianos sobre os afrodescendentes. Conforme a história, desde a comercialização dos povos africanos da costa atlântica da Africa, o negro foi visto como inferior e submisso ao branco. Comprava-se isso pelo fato de eles poderem exercer direitos, ingressarem no mercado de trabalho e em universidades muito tempo depois dos europeus e seus descendentes. Segundo Florestan Fernandes, um sociólogo brasileiro, a eugenia teve um grande impacto, principalmente, na primeira metade do século XX. Isso, dá-se pelo realidade científica da época, que acreditava na superioridade intelectual dos povos de pele clara sobre os de pele escura. Desta forma, os afrodescendentes, sofreram com a falta de aparelhos estatais, empregos, afeto social, mas especialmente, representatividade cultural. Portanto, a sociedade parda e negra brasileira, como reflexo do Brasil-colônia, aflige-se com grande preconceito e falta de recursos, acarretando em diversos problemas, como a baixíssima taxa de ingressantes no nível superior e quantidade de encarcerados negros. Nesse cenário surgiu o termo "apropriação cultural", essa, tem como princípio a desvalorização de uma minoria e o apoderamento de sua cultura por uma maioria hierarquicamente superior. Um exemplo disso, foi a empresa Farm que ao publicar modelos usando turbante, um símbolo dos costumes africanos, utilizou apenas indivíduos alabastrinos. Assim, ignorou a necessidade histórica que esse povo tem de ser representado. Diante do supracito, faz-se necessário lançar ações para mitigar essa conjuntura. Logo, o Governo Federal deve utilizar parte da verba colhida por meio de impostos para desenvolver delegacias especializadas para avaliação da desumanização da figura afrodescendente a fim de diminuir os malefícios do histórico racista do Brasil. Além disso, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações deve fiscalizar melhor, as propagandas de empresas, com intuito de diminuir a utilização da imagem de povos opressores com artefatos da cultura de povos oprimidos. Dessa maneira, a apropriação cultural, tornar-se-á um passado e o presente evidenciará uma sociedade melhor.