Enviada em: 10/07/2018

Assimilação Cultural       Caracterizando-se como o uso da produção - material ou não - de outras etnias, a apropriação cultural se mostra cada vez mais presente nas pautas brasileiras de debates. Se por um lado há aqueles que defendem a livre incorporação de hábitos existentes com base na vontade própria, por outro há os que apoiam a restrição dos bens culturais aos membros da etnia de origem. Nesse cenário, torna-se imprescindível ponderar sobre as opiniões existentes, buscando formas de promover a coesão entre os pontos de vista.       Sob a ótica iluminista, não deve ocorrer impedimento à livre manifestação do indivíduo na sociedade. Além do mais, a cultura na atualidade - seja ela nacional ou não - é formada por um mosaico étnico, o qual compõe as identidades nacionais. Dessa forma, é compreensível aceitar que não deve existir uma restrição de uso aos elementos comunitários.        De outra forma, sob a perspectiva histórica brasileira, algumas práticas dos povos dominados - como religião, vestimentas, dentre outras - foram por muito subjugadas e consequentemente ficaram latentes ou sofreram a chamada ressignificação com o passar dos anos, como expõe Gilberto Freyre no livro "Casa Grande e Senzala". Logo, para alguns, a expressão da cultura na atualidade transcende as vontades pessoais estéticas e passa a se caracterizar como um protesto ao ocorrido com a mesma.         Segundo Hieráclito de Éfeso, tudo está em constante mudança e cabe ao ser humano entender a efemeridade dos pensamentos e costumes. Assim, a apropriação deve ser analisada como um fenômeno intrínseco ao passar dos anos. Logo, mesmo que a manutenção das práticas étnicas tenha um propósito, é preciso torná-las mais um elemento da sociedade à qual se insere.        Com base nessa conjunção de fatores, torna-se nítida a necessidade de estimular a troca de saberes entre os grupos envolvidos. Para isso, as escolas devem ofertar peças teatrais com personagens representando os diferentes povos brasileiros, a fim de expor a proximidade existente entre todos os cidadãos. Outrossim, o Ministério da Cultura deve financiar propagandas nacionais estimulando o intercâmbio de costumes e conhecimentos entre grupos de etnias diferentes, visando maior coesão entre eles. Conforme pensava Max Weber, com uma ação social, pode-se esperar uma alteração significativa na realidade coletiva.