Enviada em: 24/08/2018

Nos anos sucessores a 1500, período de colonização do Brasil, negros trazidos para o país como escravos tiveram o que pode-se denominar como esvaziamento cultural. Esse processo histórico destruiu os traços de ancestralidade desses povos, forçando-os a abandonarem suas crenças e costumes. Hodiernamente, esse grupo enfrenta uma luta constante para ganhar seu espaço na sociedade.  A questão da apropriação cultural vai muito além de um povo usar a "cultura" do outro. Em primeira análise, vale destacar a expropriação cultural, que acontece quando bens culturais originários de um determinado grupo são discriminados em seu contexto original. Porém, quando transpostos para outro contexto, por meio da indústria e do mercado consumidor, passam a ter valorização e retorno econômico, no entanto seu real valor é banalizado.  Em segunda análise, é notório que a mídia exerce o poder de transformar um elemento que antes era marginalizado (como os turbantes e dreads, usados exclusivamente por negros no passado como forte símbolo cultural) em algo estético e, por isso, passa a ser valorizado. Dessa forma a população apropria-se de uma cultura esquecendo suas práticas rituais e torna invisível a bagagem de lutas desses povos. Tais fatos tem causado transtorno aos "proprietários" desses elementos ao verem o pouco que conseguiram conquistar perdendo-se. E é perceptível que a mídia se aproveita disso para ganhar visualização. Para isso, exagera em algumas notícias que consequentemente geram críticas sem fundamento dos dois lados da história.   Diante dos problemas supracitados, é importante reconhecer a importância do enaltecimento da cultura, não só negra, como tantas outras que passam despercebidas. Por isso, o mercado, através da mídia, deve incluir em suas propagandas o significado e valor histórico que cada elemento cultural tem. Com isso, possibilitará a conscientização dos consumidores. Consoante, as escolas, por meio de teatros e palestras administrados por pessoas de diferentes culturas, possam expressar sua cultura de forma descontraída e de fácil compreensão, para que desde já as crianças desenvolvam respeito pelas diferenças e saibam que cada cultura tem seu espaço na sociedade e, sobretudo, que todas juntas formam o Brasil miscigenado de hoje.